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MEC apresenta segunda versão do anteprojeto da reforma universitária


O Ministério da Educação (MEC) apresentou, no último dia 31, a segunda versão do anteprojeto da Reforma Universitária. Algumas entidades ligadas à educação elogiaram as alterações e já manifestaram que o novo texto incorpora uma série de sugestões feitas à primeira versão, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a União Nacional dos Estudantes (UNE), além de órgãos ligados ao ensino privado. Apesar da boa receptividade, algumas dessas entidades ainda preparam uma análise mais cuidadosa do documento e reivindicam novas mudanças.

Esse é o caso da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Segundo o presidente da Associação, Oswaldo Batista Duarte Filho, em uma primeira análise, avaliou positivamente a nova proposta do anteprojeto, lembrando que foram acatadas várias sugestões apresentadas pela Andifes, como a retirada de percentuais obrigatórios e definidos previamente sobre o sistema de cotas para alunos negros, índios e oriundos de escolas públicas. A segunda versão menciona apenas o prazo até 2015 para cada instituição destinar 50% das vagas de cada curso aos alunos que ingressarem pelo sistema de cotas, deixando as universidades livres para definir como fazer para viabilizar tal objetivo.

Mas também podem ser identificados problemas. “O novo texto não equaciona definitivamente os problemas de financiamento das instituições de ensino”, afirma Duarte Filho. A Andifes já tinha manifestado que as metas de expansão propostas pelo MEC e previstas no Plano Nacional de Educação (PNE), nas quais estima-se que deve haver a duplicação do número de matrículas nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), implicariam também em triplicar os recursos disponíveis atualmente, situação que o novo texto não equaciona.

O presidente da Andifes lembra a necessidade de autonomia das Procuradorias Jurídicas das instituições (órgãos que gerenciam a parte administrativa, financeira e legal das IFES). A Associação reivindica uma maior autonomia. Atualmente as Procuradorias Jurídicas são subordinadas à Procuradoria Geral Federal, porém deveriam passar a ser descentralizadas, com cada unidade tendo uma procuradoria autônoma.

Duarte Filho afirma ainda que a Andifes deverá promover uma série de discussões sobre o novo documento ao longo deste mês, para posteriormente encaminhar novas sugestões ao Ministério. De acordo com o MEC, o prazo para o envio de novas sugestões ao anteprojeto é 30 de junho, quando ele será finalizado e encaminhado à Casa Civil, para depois seguir ao Congresso Nacional.

Reforma
A Reforma Universitária começou a ser pensada no início do governo Lula, pelo ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, mas só se concretizou na gestão de Tarso Genro. Foi suscitada principalmente pela necessidade de ampliar o acesso ao ensino superior (apenas 9% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados) e de se estabelecer parâmetros para conter a expansão indiscriminada do ensino privado (entre 1998 e 2002 foram criados quatro cursos por dia nas universidades particulares).

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-Edição Reforma Universitária

Atualizado em 01/06/05
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