Prefeitos
dos Estados Unidos aprovam acordo para cumprir Protocolo de Quioto
Mais de 200 prefeitos de cidades norte-americanas participaram
em Chicago, entre os dias 10 e 14 de junho, do 73º Encontro
Anual da Conferência
de Prefeitos dos Estados Unidos. Uma das principais decisões
tomadas no evento foi o apoio unânime a um acordo de proteção
climática, pelo qual as cidades se comprometem a alcançar
ou ultrapassar a meta sugerida para os Estados Unidos no Protocolo
de Quioto, de reduzir em 7%, até 2012, os níveis
de emissão de gases causadores do efeito estufa registrados
em 1990.
A
idéia do acordo
foi lançada pelo prefeito de Seattle, Greg Nickels, no
dia 16 de fevereiro deste ano, quando o Protocolo de Quioto, após
anos de negociação, finalmente entrou em vigor para
os 141 países que o ratificaram, mesmo sem a adesão
do presidente norte-americano. A meta de Nickels, a princípio,
era conseguir o apoio de líderes de pelo menos 141 cidades
dos Estados Unidos. Em março, ele e outros nove prefeitos
mandaram uma carta para mais de 400 municípios, solicitando
a sua adesão. Antes mesmo do encontro em Chicago acontecer,
já haviam assinado o acordo prefeitos de 165 cidades de
37 estados, que representam uma população de aproximadamente
35 milhões de habitantes, entre elas Los Angeles, São
Francisco, Miami, Boston e Nova Iorque.
Durante
a reunião anual, Nickels recebeu da Conferência dos
Prefeitos, na categoria de cidades acima de 100 mil habitantes,
a edição 2005 do prêmio City Livability,
destinado a lideranças exemplares no desenvolvimento e
implementação de programas para melhoria da qualidade
de vida nas cidades. "Nós não vamos esperar
pelo governo federal para fazer alguma coisa para prevenir a produção
de gases causadores do efeito estufa", disse, no evento,
o prefeito de Seattle.
Entre
as ações previstas no acordo de proteção
climática assinado pelos prefeitos estão estimular
governadores de estado e o governo federal dos Estados Unidos
a aprovar políticas e programas para alcançar ou
superar a meta sugerida no Protocolo de Quioto e insistir para
que o Congresso Nacional sancione o Ato de Administração
do Clima, proposto por democratas e republicanos, que deverá
estabelecer os níveis de emissão de gases para o
sistema empresarial do país.
"Eu
me oponho ao Protocolo de Quioto porque ele isenta 80% do mundo,
incluindo os maiores centros populacionais, como a China e a Índia,
e poderia causar sérios prejuízos à economia
dos Estados Unidos", afirmou o presidente George W. Bush
em resposta a senadores que o questionaram sobre a visão
da administração federal acerca das mudanças
climáticas no mundo. Segundo dados da Agência dos
Estados Unidos para o Meio-Ambiente, no entanto, 86% da energia
do país é gerada pela queima de carvão, que
libera altas taxas de gases causadores do efeito estufa. Os Estados
Unidos são responsáveis por 25% das emissões
mundiais desses gases.
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