Brasil
tem redução de pobreza, mas falta saneamento e água potável
No dia 16 de junho foi lançado no Brasil o relatório
Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio: um olhar da América
Latina e do Caribe, coordenado pela Comissão Econômica
para América Latina (Cepal), uma das agências da
Organização das Nações Unidas (ONU).
O documento mostra que o Brasil, em comparação com
América Latina e Caribe, avançou no combate a pobreza
e é eficaz no tratamento da aids, mas está muito
aquém quanto ao acesso à água potável
e ao saneamento. O Estudo avalia o empenho dos países diante
do compromisso firmado em 2000 por todos os 191 Estados-Membros
das Nações Unidas, com os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio: 8 macro-objetivos a serem
atingidos pelos países membros por meio de ações
concretas dos governos e da sociedade até 2015.
Atualmente
222 milhões de latino-americanos e caribenhos são
pobres, dos quais 96 milhões vivem abaixo do nível
de pobreza (extremamente pobres). Apesar dos índices alarmantes,
o relatório da Cepal mostra a redução da
extrema pobreza no Brasil foi maior do que nos demais países
da América Latina, que atualmente têm 18,6% da população
em estado de pobreza (em 1990 eram 22,5%). No Brasil, 14,2% da
população vive em extrema pobreza atualmente, sendo
que em 1990 eram 23,4%. Apenas o Chile conseguiu reduzir a pobreza
extrema pela metade.
Apesar
do avanço em relação à redução
de pobreza, o Brasil está entre os países latino-americanos
que ainda não cumpriram a meta de reduzir à metade
a taxa de população sem acesso a água potável.
Na zona urbana a taxa da população com acesso a
água potável passou de 93% para 96% entre 1990 e
2002, mas na zona rural 42% da população ainda não
tem acesso ao serviço.
Quanto
ao acesso ao saneamento, o Brasil detém os piores indicadores
da região, conforme o relatório. O país se
encontra em situação preocupante junto a países
como Bolívia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Peru e República
Dominicana. Na zona rural brasileira, a situação
é bem mais grave: o Brasil é o único país
em que a parcela da população rural com acesso ao
saneamento diminuiu entre 1990 e 2002 passando de 37% para 35%,
enquanto a América Latina e Caribe avançou 21,7%
em direção à meta, apesar do crescimento
ser menor que do que o necessário.
No
BR, tratamento da aids se destaca
O relatório da Cepal trouxe ainda dados relativos à
propagação do vírus da aids. Estima-se que
na América Latina e Caribe 2,4 milhões de pessoas
tenham aids atualmente. O Brasil responde por 28% dos casos, em
virtude de sua grande população, mas teve a epidemia
estabilizada nos últimos 6 anos. A política do país
de prevenção e combate à aids é considerada
um modelo para os demais países da região.
O
relatório deve ser apresentado em setembro, em Nova York,
durante uma reunião coordenada pela ONU. O documento é
o mais amplo levantamento sobre o tema já feito na região,
envolvendo 12 agências das Nações Unidas dentre
elas o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento),
a OPAS/OMS (Organização Pan-Americana de Saúde),
a UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura) e a UNICEF
(Fundo das Nações Unidas para a Infância),
além da própria CEPAL.