Notícias da Semana

Notícias Anteriores

Eventos
Maio
Junho
Julho
Agosto

Divulgue
seu evento


 

Participação da comunidade garante sucesso de revitalização de rio em SP


O ribeirão Anhumas, que tem cerca de 70% de sua área localizada na cidade de Campinas (SP), sofre o impacto da urbanização crescente e descontrolada. A vegetação que protegia suas margens praticamente inexiste, o acúmulo de lixo e entulho é visível por quase toda sua extensão e o lançamento de esgotos e dejetos de uma fábrica de sabão e glicerina são freqüentes. O projeto Salve o Anhumas, no entanto, tem mobilizado a comunidade e promovido mudanças nesse cenário, tão conhecido dos habitantes dos grandes centros urbanos. Agora, o movimento ganha novo fôlego com a pesquisa Recuperação ambiental, participação e poder público: uma experiência em Campinas, sob a coordenação geral de Roseli Torres, que pretende potencializar a produção de conhecimentos sobre a região, promovendo o intercâmbio de experiências entre pesquisadores e as comunidades ribeirinhas.

O Ribeirão Anhumas em 2003 e 2005.
Fotos: Elisabete Pascholati e Susana Dias

Maria Leomenia Sardenberg, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Guará (AMA-Guará), conta que o projeto Salve o Anhumas: educação ambiental e recuperação comunitária de mata ciliar em Campinas/SP promovido pelas associações dos bairros do Alto da Cidade Universitária e do Guará, nasceu logo após a catastrófica enchente de fevereiro de 2003 que ocorreu na cidade. "A enchente gerou uma relação de ajuda entre os moradores dos bairros e fez nascer o desejo de cuidar do ribeirão das Anhumas e prevenir novas inundações". As comunidades desses bairros começaram a se encontrar e criaram um grupo que passou a se reunir todos os sábados para trabalhar no projeto. As primeiras ações de revitalização do ribeirão começaram com a limpeza do local, que recebia muito entulho e lixo. Mais tarde, foi a vez dos plantios que envolveram desde a coleta de sementes, a montagem de um viveiro de mudas, a visita a outra comunidade que também realiza plantios às margens do Atibaia, e a solicitação de mudas para várias instituições públicas e privadas. A Fundação José Pedro de Oliveira, responsável pela Mata Santa Genebra, também localizada em Campinas, além de mudas forneceu orientação técnica para seu plantio e manejo.

Os plantios, que inicialmente tinham como objetivo a recuperação da mata ciliar, transformaram-se em verdadeiros eventos culturais, com a realização de várias oficinas voltadas para crianças e adultos e a apresentação de grupos folclóricos locais. A revitalização do ribeirão passa também por uma recuperação de espaços culturais do bairro, como a praça às margens do rio, que recebeu arborização e um parque doado pela sub-prefeitura de Barão Geraldo. Para a educadora ambiental Alessandra Buonavoglia Costa-Pinto, o sucesso do projeto se deve a participação das comunidades locais. "São os moradores que movimentam as conquistas diárias do Salve Anhumas e, por isso, os objetivos do projeto são traçados de acordo com os desejos das pessoas envolvidas", diz.


Plantios mobilizam comunidades locais
Foto: Elisabete Pascholati

Somando forças
O projeto Recuperação ambiental, participação e poder público: uma experiência em Campinas, financiado pela Fapesp, tem potencializado desejos das comunidades envolvidas no Salve Anhumas, deixando-as ainda mais motivadas com a possível extensão dos resultados obtidos para outros trechos do ribeirão. "O objetivo do projeto é produzir conhecimentos sobre a região e dar suporte aos planejamentos para sua melhoria e sustentabilidade", diz Costa-Pinto, que atua como coordenadora do componente de Educação Ambiental do projeto. Os primeiros levantamentos feitos já resultaram na produção de mapas da bacia, dos solos, da urbanização, das áreas de risco de inundações, das unidades ambientais integradas, além da caracterização da vegetação nativa e dos fundos de vale.


Projeto da Fapesp propicia encontro de comunidades.
Foto: Vívian Furquim Scaleante

O projeto, que envolve o Instituto Agronômico de Campinas, o Instituto de Geociências da Unicamp e a Prefeitura Municipal da cidade, pretende atuar em toda a bacia do ribeirão das Anhumas. No dia 2 de abril o projeto reuniu moradores do baixo, médio e alto Anhumas - os bairros da Vila Brandina, Rua Moscou, Alto da Cidade Universitária e Guará - e propiciou um intercâmbio de experiências entre essas comunidades, além de um visita a esses bairros.

Leia mais:

-Revitalização de rios é discutida hoje, mas resultados
demoram a aparecer

-Gestão das águas e soluções técnicas tradicionais são
alternativas à transposição

Atualizado em 26/04/05
http://www.comciencia.br
contato@comciencia.br

© 2001
SBPC/Labjor

Brasil