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Circo de Ciências deve circular o Brasil mostrando o que é nanotecnologia

Créditos: Divulgação
Planta interna do NanoCirco

Imagine um lugar em que conceitos difíceis de ciência, como a nanociência e a nanotecnologia, são apresentados de forma atraente, lúdica e divertida, por meio de mídias como vídeos, músicas e jogos eletrônicos. Esse lugar foi inaugurado oficialmente ontem, 04 de abril, no Parque Portugal "Taquaral" de Campinas, interior de São Paulo. Trata-se do projeto NanoCirco, o primeiro do Museu Exploratório de Ciências de Campinas. Desenvolvido por professores e pesquisadores da Unicamp e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o circo, que ficou conhecido como NanoAventura, é itinerante e deve circular o Brasil. O projeto é uma parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas e com o Instituto Sangari, e conta com o apoio da Fundação Vitae e da Fapesp.

O tema nanotecnologia, de acordo com o Presidente da Comissão de Implantação do Museu, Marcelo Knobel, foi escolhido para ser tema do projeto pioneiro do Museu por se tratar de uma área em crescimento no Brasil e no mundo. "Os participantes da NanoAventura terão uma oportunidade de discutir esse campo científico-tecnológico, além de conhecer algumas iniciativas de pesquisa e desenvolvimento em nanociência e nanotecnologia do Brasil", afirma. Knobel acrescenta que, além do tema, a NanoAventura inova por ser interativa (o que permite que o visitante deixe de ser apenas um expectador) e itinerante (que possibilita que a mesma exposição seja visitada por pessoas de diferentes pontos do país).

O público alvo da atividade é composto por estudantes do ensino fundamental e médio, de escolas públicas e particulares. Ao entrarem, os visitantes são recebidos por um ator que encena um cientista e os convida a participar de uma experiência em seu laboratório. Em seguida, assistem a um vídeo com imagens e depoimentos de cientistas, durante o qual o ator interage com o público. Os visitantes se dividem então em quatro grupos e participam de quatro jogos eletrônicos (Laboratório Virtual, NanoCircuito, NanoMedicamentos e Preparação de amostra). A visita dura em média 1h10 min.

O projeto de implantação do Museu Exploratório de Ciências começou há três anos, a partir de uma a discussão iniciada pela Unicamp. Para o reitor da universidade, Carlos Henrique Brito Cruz, os Museus de Ciências são um importante meio de acesso ao conhecimento científico. "Museus de Ciências, especialmente os do tipo Exploratório como o que estamos desenvolvendo, são muito importante para que as crianças tenham uma interação agradável com as idéias da ciência", afirma o reitor.

Outra atividade do Museu Exploratório de Ciências de Campinas em preparação é o TecnoDesafio, que visa atingir jovens, motivando-os a construir soluções para desafios científicos e tecnológicos usando materiais e engenhosidade. As atividades deverão ser desenvolvidas por grupos de crianças em escolas, através de gincanas de um dia de duração (mini-desafios) e de um grande desafio, em que os grupos poderão trabalhar durante meses na solução do problema prático proposto.

A primeira apresentação da NanoAventura ao público acontece no Rio de Janeiro, durante a Expo Interativa Ciência para Todos, entre os dias 11 e 17 de abril, evento que ocorre paralelamente ao Congresso Mundial de Centros e Museus de Ciência. A exposição retorna, então, à Campinas na primeira semana de maio, onde ficará até julho. Depois, deve seguir para Fortaleza, durante o encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e para Recife, no Espaço Ciência. A segunda temporada em Campinas está prevista para outubro. A visita será gratuita para escolas públicas, mas o preço para os demais participantes ainda não está definido.

O que é nanociência?

O prefixo nano é usado na ciência para designar um bilionésimo de metro. A nanociência e a nanotecnologia visam à compreensão e o controle da matéria na escala nanométrica, ou seja, desde a escala do átomo até cerca de 100 nanometros. Apesar de ser uma área nova, as pesquisas em nanociência estão se intensificando e o avanço das nanotecnologias já permitiram resultados, como o desenvolvimento de instrumentos de visualização e manipulação na escala atômica. No Brasil, as pesquisas em nano estão em crescimento, tanto que o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) criou o Programa Desenvolvimento da Nanociência e Nanotecnologia, que faz parte do Plano Plurianual (PPA) de 2004-2007.

Leia edição da ComCiência sobre nanotecnologia

Atualizado em 05/04/05
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