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Governo federal começa a investir mais em geologia e recursos minerais

O Serviço Geológico do Brasil, juntamente com as três universidades estaduais de São Paulo - USP, Unesp e Unicamp - e a Universidade Federal do Paraná deve inaugurar nos próximos meses o Centro Integrado de Estudos Multidisciplinares de Apiaí (CIEM-Apiaí). A cidade foi escolhida pela sua localização estratégica na região do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, e por suas características físicas, objeto de estudos geocientíficos.

O presidente do Serviço Geológico do Brasil, Agamenon Lucas Dantas, afirmou que, assim como o Centro de Apiaí, devem ser espalhados pelo país mais centros de pesquisa destinados ao desenvolvimento de estudos e treinamentos nas áreas de geociências e outras áreas de interesse, como biociências, turismo e ciências sociais, entre outras. Um desses centros deverá funcionar na Amazônia, dentro de um barco. "O setor geológico foi responsável, no ano de 2003, pelo mesmo índice do PIB gerado pela agricultura, 8,3%. Por isso, o governo tem reconhecido a importância dessa área e traçado novos projetos, como o mapeamento geológico do Brasil", explica. "Hoje, somente 4% do país é mapeado", diz.

O CIEM-Apiaí deverá ocupar uma área de sete alqueires integrantes da primeira usina de chumbo e prata do estado de São Paulo e da antiga Usina de Energia Elétrica local, conhecida como Calabouço. No terreno, doado pela prefeitura da cidade, encontram-se algumas construções de madeira e ruínas da antiga planta de beneficiamento de chumbo, além de uma grande estrutura de concreto para uma ampliação da usina, que nunca se efetivou.

A idéia do Serviço Geológico do Brasil é, em parceria com as universidades e outras instituições, restaurar estas construções de modo a aproveitá-las para alojamentos, refeitório, salas de aula, auditório e laboratórios de apoio, criando assim uma infra-estrutura adequada para os usuários do centro. "O instituto pretende capacitar pessoas para ajudar uma área de fundamental importância para o país: a geologia e os recursos minerais", afirma Dantas. Segundo ele, desde a década de 70, a geologia estava sem recursos, mas agora o governo federal está retomando os mapeamentos geoquímicos do país, que exigem a capacitação de profissionais.

Dantas lembra ainda que esses centros de estudos multidisciplinares também pretendem levar para os locais mais distantes do ciclo tecnológico do país um pouco do conhecimento adquirido através das pesquisas e colaborar para melhorar a qualidade de vida das pessoas. "Criar tecnologia numa área de Geologia é criar emprego e promover o desenvolvimento econômico e social", disse.

Além do centro de treinamento, estão previstas ainda no CIEM-Apiaí outras atividades que ainda estão em fase de elaboração. Pretende-se, por exemplo, mapear as galerias da Mina do Ouro com o objetivo de viabilizar sua visitação turística e detalhar a área do bairro Palmital, em Apiaí, com o objetivo de detectar anomalias de metais, como o chumbo, nocivos à saúde humana.

Atualizado em 15/03/04
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