Brasileiros desenvolvem sistema de comunicações 
              inviolável para o Sivam
            Os 
              maiores gênios de três instituições nacionais, 
              o Centro Técnico Aeroespacial (CTA-ITA), o Centro de Estudos 
              em Telecomunicações (Cetuc-PUC-Rio) e técnicos 
              do CCSivam, estão trabalhando para decifrar o sistema de 
              algorítimo alemão que foi comprado pelo Brasil da 
              Röde-Schwartz - empresa alemã do mercado de defesa destinado 
              exclusivamente ao mercado de telecomunicações. Um 
              algorítimo é um modelo matemático que está 
              na base de um sistema de comunicações. 
            O 
              coronel Paulo Esteves, da Comissão para Coordenação 
              do Sistema de Vigilância da Amazônia (CCSivam) explica 
              que essa é a garantia de que as informações 
              geradas pelo projeto Sivam, por meio das 8 aeronaves (5 de vigilância 
              aérea e 3 de sensoriamento remoto) não poderão 
              ser acessadas ou manipuladas por qualquer outra nação. 
              "O que os técnicos das três intituições 
              estão fazendo é desenvolver nosso próprio modelo 
              a partir de um modelo alemão. Assim teremos inviolabilidade 
              nas nossas comunicações terra-avião. Não 
              há meios de interferir nos bancos de dados do projeto, porque 
              os softwares todos são de domínio exclusivo desses 
              técnicos", explica o coronel. Ele conta que, quando 
              foi comprado o sistema de comunicação militar dos 
              alemães exigiu-se, no contrato, que o sistema de algorítimo 
              viesse aberto. "Compramos o sistema de comunicações 
              militares com o compromisso de garantir o sigilo das comunicações. 
              O sistema é criptografado com saltos de frequência, 
              isto é, inviolável", explica o coronel Esteves. 
              
            Ele 
              rebate as críticas direcionadas ao projeto Sivam, que afirmam 
              que este deveria usar tecnologia exclusivamente nacional, dizendo 
              que isso é inviável. Ele conta que, quando o projeto 
              Sivam apareceu no cenário nacional, no início da década 
              de 90, o Brasil não tinha equipamentos de grande porte voltados 
              para o mercado de defesa, especificamente. Assim, a solução 
              foi contratar serviços e comprar equipamentos de países 
              do Hemisfério Norte. Segundo ele, os maiores fornecedores 
              eram os franceses e os norte-americanos. No entanto, garante que 
              o fato de contratar serviços ou comprar equipamentos dos 
              Estados Unidos não permitirá que eles monitorem, manipulem 
              ou acessem as informações estratégicas geradas 
              no território nacional. "Temos um sistema de comunicações 
              à parte, que não foi comprado do americano, mas sim 
              de uma empresa alemã". O trabalho dos técnicos 
              das três instituições para desvendar o algotrítimo 
              alemão e criar um modelo brasileiro deverá ficar pronto 
              ainda em 2004.
            O 
              projeto Sivam é um dos projetos do Sistema de Proteção 
              da Amazônia (Sipam). Ele se diferencia dos outros projetos 
              de proteção da Amazônia como o Projeto Nossa 
              Natureza e o Calha Norte (ambos criados no governo Sarney) por fazer 
              uso intensivo das Novas Tecnologias da Informação 
              (sistemas de sensoriamento remoto orbitais e sub-orbitais, por exemplo). 
              
            O 
              maior objetivo do Sivam é exercer a soberania sobre parte 
              do território brasileiro, que é comumente alvo de 
              ações de narcotraficantes e biopiratas, ocupação 
              desordenada do solo e invasão de terras indígenas. 
              A Floresta Amazônica representa 60% do território nacional 
              mas apenas 12% da população brasileira vive nela. 
              Representa 9 estados brasileiros, sendo: Acre, Amazonas, Rondônia, 
              Pará, Mato Grosso, Roraima, Amapá, Maranhão 
              e Tocantins. Estima-se que 30% dos recursos genéticos existentes 
              no planeta, potenciais para as indústrias farmacêuticas, 
              estejam na floresta, que é também detentora da maior 
              bacia hidrográfica do mundo.