Teste
nacional para diagnóstico de HIV terá custo reduzido
O
Brasil está de próximo de conseguir auto-suficiência
na produção de testes rápidos para o diagnóstico
do HIV, vírus causador da Aids. O Instituto Bio-Manguinhos,
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acaba de assinar
um acordo de transferência de tecnologia com a empresa norte-americana
Chembio para a nacionalização do teste, que atenderá
a demanda do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis
e Aids (PNDST/Aids) do Ministério da Saúde. Estima-se
que o acordo gere uma economia anual de US$ 500 mil para o país.
Mário
Moreira, vice-diretor de Bio-Manguinhos, explica que o contrato
estabelece um prazo de três anos para que todas as etapas
da produção dos testes seja feita no Brasil. "Caso
o Ministério da Saúde aumente a demanda, nós
encurtaremos o prazo de transferência de tecnologia",
informa. Por enquanto, o instituto importará os insumos da
empresa norte-americana e finalizará a produção
no país, reduzindo o valor do kit para diagnóstico
da Aids em cerca de 20%.
Até
o final do processo de incorporação de tecnologia,
quando a produção dos testes estiver totalmente nacionalizada,
o preço do kit deverá cair pela metade. Moreira conta
que, há dois anos, um teste era negociado a US$3 e agora
será vendido ao Ministério da Saúde por US$
2,58. No entanto, o contrato estabelece que haja renegociação
de suas bases econômicas, caso o preço do produto caia
no mercado interno. A estimativa é que após o período
de transferência de tecnologia o produto custe cerca de US$1.
A
produção dos testes está prevista em 300 mil
unidades por ano, mas é provável que a escala seja
ampliada já no primeiro ano de contrato, revela Moreira.
Nesse primeiro momento, a Fiocruz atenderá exclusivamente
à demanda do Programa Nacional de Aids, mas um dos objetivos
é fornecer o produto às secretarias municipais e estaduais
de saúde.
Moreira
acredita que a transferência de tecnologia diminuirá
a dependência do país, além de gerar empregos.
"Dominando a tecnologia do teste rápido anti-HIV, nós
também poderemos adaptá-la para o diagnóstico
rápido de outras doenças importantes do país,
como a dengue, a leptospirose e a leishmaniose", acrescenta.