Fabricantes burlam a proibição de produção 
              de armas nos EUA
            Um 
              estudo, realizado pela organização não-governamental 
              norte americana Violence Policy Center, revelou que indústrias 
              que fabricam armas no estado de Illinois, nos EUA, contornaram a 
              lei federal assinada pelo ex-presidente Bill Clinton em 1994 que 
              proíbe a produção de determinadas armas semiautomáticas 
              de assalto. O relatório do estudo, divulgado no dia 3 de 
              março, afirma que atualmente o estado de Illinois é 
              o que mais tem fabricantes dessas armas proibidas no país.
            Além 
              de uma análise sobre o caso, os autores da pesquisa listam 
              seis fabricantes de armas de Illinois que têm atuado produzindo 
              especialmente rifles "esportivos" AR15. A listagem indica 
              também a quantidade de armas produzidas de 1995 a 2001 por 
              alguns desses fabricantes e os dados criminais envolvendo os tipos 
              de armas que fabricam.
            De 
              acordo com o estudo, que foi baseado numa série de pesquisas 
              anteriores, os fabricantes de armas fizeram pequenas modificações 
              nos modelos de armas já comercializadas, lançando-as 
              novamente no mercado como armas de esporte. A estratégia 
              foi possível porque a lei de 1994 proibiu especificamente 
              armas de assalto, classificando-as por algumas características: 
              graças a pequenas transformações, dos nove 
              tipos de armas proibidas, seis voltaram a ser fabricadas e vendidas. 
              Grupos que defendem o desarmamento reivindicam um endurecimento 
              da proibição no congresso e não apenas uma 
              renovação da legislação. 
            Casos 
              como o dessa pesquisa, que apontam as possibilidades de burlar a 
              legislação, podem compor um alerta interessante para 
              o governo brasileiro, que pretende concluir até dia 5 de 
              abril a regulamentação do Estatuto do Desarmamento. 
              A partir dessa data, será dado início a uma fase de 
              audiências públicas sobre o tema, seguidas da análise 
              e sanção do presidente da república. O estatuto, 
              em vigor desde o final do ano passado, condensa aproximadamente 
              70 propostas apresentadas na Câmara e no Senado.
            Paralelamente 
              à finalização do estatuto, o Brasil propôs 
              a adoção de um sistema de rastreamento de armas, utilizando 
              marcações do fabricante e do país importador 
              como parte de um trabalho conjunto dos países do continente 
              para o combate ao tráfico de armas.A proposta foi feita durante 
              a 1ª Conferência da Convenção Interamericana 
              contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito 
              de Armas de Fogo, Munições e Explosivos, encerrada 
              no dia 9 de março em Bogotá. Durante o evento, foi 
              assinada a Declaração de Bogotá, reiterando 
              a necessidade de impedir, combater e erradicar a fabricação 
              e o tráfico de armas.