Desenvolvida soldagem para reparos na água 
            
              A aproximação do setor acadêmico ao setor produtivo 
              brasileiro começa a mostrar sinais de crescimento. Um novo 
              equipamento que permite a realização de soldas molhadas 
              demonstra o resultado desta interação. O aparelho, 
              desenvolvido pela equipe de pesquisadores do Laboratório 
              de Soldagem (Labsolda) 
              da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será utilizado 
              para fazer reparos na plataforma semi-submergível P-27 da 
              Petrobras, localizada na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro. 
              
            O 
              desenvolvimento deste equipamento foi motivado pela necessidade, 
              da Petrobras, de solucionar os problemas enfrentados com a plataforma, 
              que teve a produção de petróleo e gás 
              liqüefeito de petróleo reduzida nos últimos meses. 
              A nova tecnologia desenvolvida na UFSC vai ajudar a empresa a solucionar 
              o problema, reduzindo à metade o tempo gasto com o concerto. 
              "Foi um trabalho importante para a plataforma P-27, pois a 
              mesma encontra-se fora de produção, somente podendo 
              voltar após o reparo dos defeitos existentes", diz o 
              engenheiro Marcelo Piza da Petrobras. 
            O 
              projeto também apresenta perspectivas de aumento na produtividade, 
              uma vez que, com a soldagem de eletrodos tubulares, o metal de adição 
              é alimentado de maneira contínua. Como em operações 
              submarinas o mergulhador-soldador possui um tempo de fundo limitado, 
              que diminui com o aumento da profundidade, um incremento na produtividade 
              resulta na redução nos custos da operação 
              de reparo. 
            Os 
              aparelhos Hiper1 e Hiper2 desenvolvidos consistem, basicamente, 
              do mesmo princípio de soldagem dos demais equipamentos: o 
              calor é gerado pelas elevadas tensões elétricas 
              entre o material que será soldado e o eletrodo (um bastão 
              de metal que é fundido juntamente com a peça que será 
              soldada). A queima do revestimento do eletrodo produz um ambiente 
              gasoso - composto por gás carbônico e hidrogênio 
              - em torno do local da solda, formando uma camada de cerca de 10 
              milímetros de espessura, o que isola a água que está 
              ao redor. 
            Os 
              pesquisadores empregaram tecnologia inovadora no desenvolvimento 
              dos equipamentos, já que a soldagem submarina não 
              era realizada no Brasil. Jair Carlos Dutra, coordenador da pesquisa, 
              esclarece que a solda subaquática é feita a uma profundidade 
              de 20 metros, com o uso de uma pistola, ligada por cabos ao aparelho 
              que fica na superfície. Embora os dois equipamentos tenham 
              igual performance, a Hiper2 é mais produtiva, pois dispensa 
              o uso de bastões de eletrodos que precisam ser substituídos 
              a cada 15 segundos. Os ensaios para utilização dos 
              aparelhos, qualificação de soldadores e de procedimentos 
              de soldagem, visando à realização de reparos 
              da plataforma P-27, foram realizados no terminal da Baia de Ilha 
              Grande, em Angra dos Reis.