Técnica permite o uso de imagens de satélites
               
              como mapas
            Um 
              método de tratamento e interpretação permite 
              utilizar as imagens de satélites como se fossem mapas. É 
              o tema de uma dissertação de mestrado em Ciências 
              Geodésicas e Tecnologias de Geoinformação, 
              do Departamento de Engenharia Cartográfica da Universidade 
              Federal de Pernambuco (UFPE). A técnica, desenvolvida por 
              Jorge Dirceu Melo de Cerqueira (e tratada na dissertação 
              Ortorretificação digital de imagens de alta resolução 
              espacial, defendida em fevereiro passado), garante a exatidão 
              geométrica de imagens de satélite com alta resolução 
              espacial. 
            O 
              pesquisador explica que a técnica utilizada já é 
              consagrada na literatura. De acordo com ele, uma vez que as imagens 
              são ortorretificadas, passam a ter as mesmas 
              propriedades geométricas que um mapa planimétrico. 
              Mapas planimétricos são aqueles que mostram o terreno 
              como sendo algo plano, sem a representação de curvas 
              de nível. Um exemplo muito comum desse tipo de mapa são 
              os guias rodoviários. A imagem de satélite tem 
              uma perspectiva central. A ortorretificação transforma 
              essa perspectiva central em uma ortoprojeção. A partir 
              disso, os elementos representados na imagem ocupam as verdadeiras 
              posições no terreno, informa Cerqueira. 
            As 
              imagens que estão em perspectiva central não podem 
              ser tomadas como uma fonte de informação métrica 
              segura. Já as imagens em projeção ortogonal 
              podem ser empregadas como um documento cartográfico. Cerqueira 
              explica que os deslocamentos referentes à posição 
              central ou cônica são eliminados. O mapa é 
              uma projeção ortogonal, assim a gente força 
              que a imagem também fique em projeção ortogonal, 
              acrescenta.
            O 
              mestrando, que foi orientado por Ana Lúcia Bezerra Candeias, 
              da UFPE, conta que para o desenvolvimento do método de ortorretificação 
              utilizou o modelo matemático tridimensional Affine 
              Projection Mode (Apm), também conhecido como equação 
              de projeção paralela. Já existem 
              no mercado softwares que fornecem imagens com essas características, 
              porém eles dependem de certos parâmetros que não 
              são fornecidos ao adquirir a imagem, assim o usuário 
              teria que pagar a mais por isso, conta Cerqueira. O pesquisador 
              ainda acrescenta que o modelo matemático usado se aproxima 
              de um modelo mais rigoroso, porém sem a necessidade de conhecer 
              ou ter tais parâmetros.