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Pesquisa mostra que brasileiro está insatisfeito com a democracia no país

Uma pesquisa realizada a pedido do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em abril de 2004, gerou polêmica ao constatar que 56,3% dos entrevistados de 18 países da América Latina, dentre eles o Brasil, crêem que o desenvolvimento econômico seja mais importante que a democracia. O resultado foi reafirmado pelos pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) Denise Paiva, Marta Rovery Souza e Gustavo de Farias Lopes. Eles analisaram dados do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB) sobre o sistema democrático no Brasil - regime de governo, obrigatoriedade do voto e sua influência na solução dos problemas do país - e constataram um alto nível de insatisfação do brasileiro com a democracia no país: 62,4%. Os entrevistados também identificaram o maior problema do Brasil. O desemprego foi o item mais citado.

Os resultados da pesquisa foram divulgados em artigo publicado na última edição da revista Opinião Pública, do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), da Unicamp. Os autores utilizaram os dados resultantes do ESEB de 2002, realizado logo após o segundo turno da eleição presidencial, para analisar a percepção dos brasileiros quanto ao funcionamento e eficácia da democracia no Brasil. Foram entrevistadas 2.513 pessoas em todas as regiões do país.

Em relação ao perfil dos entrevistados, 47,1% são do sexo masculino e 52,9% do sexo feminino. Quanto ao nível de escolaridade, um percentual considerável é composto por analfabetos (7,5%), enquanto apenas 15% chegaram ao ensino superior. Os números também apontam um baixo índice de acesso à escolaridade formal no país: 46,8% dos entrevistados tiveram acesso apenas ao ensino fundamental e 27,4% ao ensino médio. Quanto à situação profissional e ocupação, há o predomínio de três categorias: empregados assalariados (36,1%), autônomos (23,7%), e donas de casa (12%). Os aposentados e desempregados representam, respectivamente, 10% e 6,8% da amostra.

Parte dos entrevistados se mostraram indiferentes em relação a quem governa o país. A maioria (65,3%) acredita apenas parcialmente que seu voto influencie o que acontece no Brasil e 45% dos entrevistados afirmaram que não votariam caso o voto não fosse obrigatório. De outro lado, 58% dos entrevistados responderam que o governante faz diferença para o país. Já a democracia é percebida por 80,4% como "mesmo com problemas, a melhor forma de governo", o que leva os autores a concluírem que existe, na sociedade brasileira, um apoio disseminado à democracia.

Quando indagados sobre qual seria o maior problema do Brasil nos últimos quatro anos, os entrevistados apontaram o desemprego (37,5%) e, com distância significativa, a violência (11%)."Esses dados ganham importância e coerência no conjunto de perguntas que propõem ao entrevistado que estabeleça as ações que seriam mais importantes para melhorar o Brasil. Gerar empregos sempre aparece como a ação prioritária, quando contrastada com a importância de combater a fome, controlar a inflação e fazer a economia crescer", afirmam Paiva, Souza e Lopes, em seu artigo.

Segundo os autores, é preciso lembrar que a percepção do desemprego como o maior problema do país não é apenas uma preocupação retórica, já que 30% dos entrevistados afirmaram ter vivido a experiência do desemprego nos últimos seis meses. O mesmo percentual menciona a preocupação em ficar desempregado nos seis meses seguintes.

Atualizado em 10/01/05
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