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Censo pretende mapear e integrar onde atuam amadores e profissionais de astronomia


A revista macroCOSMO, uma publicação eletrônica sobre astronomia e ciências afins inspirada em boletins impressos de clubes de astronomia do Brasil e de outros países da América Latina, lançou em janeiro o Censo Brasileiro de Astronomia, com o objetivo de traçar um perfil e localizar onde estão os brasileiros com interesse na área. Esse censo, cujo resultado deve ser contabilizado e divulgado em um ano, pretende abranger desde o simples entusiasta, que possui interesse sobre os astros mas não participa de atividades ligadas à astronomia, passando pelo astrônomo amador, que participa dessas atividades mas não é graduado em astronomia, até os profissionais graduados ou pós-graduados, tanto os que atuam no Brasil quanto os que estão no exterior.

“Através do censo, poderemos saber quais são os nichos em que a astronomia se aglomera e, assim, estimular um maior contato entre eles, organizar encontros regionais e nacionais com maior eficácia e destacar regiões onde a astronomia ainda não chegou, planejando estratégias de divulgação”, explica o jovem astrônomo amador mineiro Hemerson de França Santos Brandão, que lançou a revista macroCOSMO em 2003, com o apoio de amigos da Sociedade Astronômica do Recife, em Pernambuco, e de outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro.

O estado de São Paulo, que abriga o maior número de instituições nessa área, sediou dois grandes encontros no ano passado. A XXX Reunião Anual da Sociedade Astronômica Brasileira – principal associação de astrônomos profissionais do país – teve 271 inscritos e aconteceu de 8 a 12 de agosto, na cidade de São Pedro, no interior do estado. O Centro de Estudos do Universo, na cidade de Brotas, também no interior de São Paulo, recebeu em novembro mais de 600 participantes para o VII Encontro Nacional de Astronomia, que reúne amadores e entusiastas nessa área. Brandão, que é o atual editor-chefe da macroCOSMO e pretende graduar-se em astronomia pela UFRJ e especializar-se em astrofísica de sistemas planetários e divulgação astronômica, espera que o censo promovido por sua revista possa ajudar a construir uma ponte entre encontros de astrônomos profissionais e amadores como esses.

No livro Manual do Astrônomo: uma Introdução à Astronomia Observacional, que o físico Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, fundador e diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) do Rio de Janeiro, lançou pela editora Jorge Zahar em 1999, são contabilizadas 116 associações e clubes de astronomia no Brasil. Dessas, o astrônomo Naelton Mendes de Araújo conseguiu catalogar o endereço postal de 109 em seu site pessoal: 34 em São Paulo; 13 em Minas Gerais; 12 em Pernambuco; 10 no Rio de Janeiro e no Ceará; 9 no Rio Grande do Sul; 4 no Paraná e na Bahia; 2 na Paraíba, no Rio Grande do Norte e no Distrito Federal; e 1 no Espírito Santo, no Pará, em Alagoas, no Piauí, no Maranhão, em Roraima e em Santa Catarina.

Araújo é formado no Observatório do Valongo, ligado à UFRJ, e tem dez anos de experiência trabalhando no Departamento de Educação do Mast. Segundo ele, que também é colaborador da revista macroCOSMO, o intercâmbio entre astrônomos amadores e pesquisadores profissionais poderia ser maior. “Não há conflito entre essas áreas”, afirma o astrônomo. “Falta uma maior interação devido a certos preconceitos de ambas as partes e falta de conhecimento do que cada um poderia ajudar ao outro”, opina. Silvia Lorenz-Martins, coordenadora de graduação do Departamento de Astronomia do Observatório do Valongo, apresenta um exemplo de como se pode dar essa interação: “Aqui no Rio [de Janeiro], astrônomos do Valongo e do Observatório Nacional já ministraram palestras no Clube de Astronomia do Rio de Janeiro para astrônomos amadores”.

Links de interesse:

- Sociedade Astronômica Brasileira

- Planetários Brasileiros

- Site pessoal de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

Atualizado em 15/02/05
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