Semana Nacional de C&T supera expectativas
dos organizadores
A 1ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia já
está sendo considerada um grande sucesso, na opinião
dos organizadores. Foram cerca de 1700 eventos inscritos, além
de diversos eventos incluídos de última hora, motivados
pelo entusiasmo de algumas instituições. Ao todo,
estiveram envolvidos na campanha 220 municípios dos 26 Estados
e o Distrito Federal.
"A
Semana realmente superou todas as expectativas", afirma Glória
Malavoglia, coordenadora executiva da Secretaria para Inclusão
Social (SECIS) do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), em São Paulo. Na sua opinião, parte deste sucesso
deve-se ao fato de ter partido de uma ação federal,
o que possibilitou grande velocidade na organização
e uma verdadeira mobilização nacional. Outra vantagem
foi a de ter sido estruturada de forma descentralizada: "Cada
Estado pôde se organizar da sua própria forma, com
liberdade para propor temas e atividades de acordo com suas características
regionais", explica.
Entre
as entidades responsáveis pelos eventos estavam a Secretaria
de Ciência e Tecnologia, a Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência (SBPC), além de instituições
de ensino - como universidades e centros de pesquisa -, museus,
centros culturais e fundações de apoio à pesquisa,
como foi o caso da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação de
Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (Funcitec), Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) e
Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect).
Em
São Paulo, destacaram-se eventos como a apresentação
do Aquecedor Solar de Baixo Custo pelo engenheiro eletrônico
Augustin Woelz - do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas
(Cietec) - à 1.800 professores de ciência e física
da rede municipal de ensino. Após a apresentação,
os professores se inscreveram para receber a capacitação
e o aquecedor gratuitamente, atuando como multiplicadores desta
tecnologia brasileira de baixo custo e de alto valor social, econômico
e ambiental.
No
Rio de Janeiro, alguns eventos contaram com a presença de
mais de cinco mil pessoas. O Largo da Carioca, o Metrô, a
Central do Brasil, um trem da Supervia e o Aterro do Flamengo se
transformam em grandes palcos interativos para atrair adultos e
crianças. Em um percurso de 70 km, o Trem da Ciência
fabrigou em seus oito vagões exposições, jogos,
oficinas, contadores de histórias, teatro e vídeos.
De
acordo com João de Aquino Limaverde, secretário executivo
da Secretaria da Ciência e Tecnologia, 32 instituições
participaram da Semana, no Ceará, a maioria oriunda das universidades
e instituições tecnológicas de ensino superior,
como a Universidade Estadual do Ceará (UECE), a Universidade
Federal do Ceará (UFC) e o Instituto Centro de Ensino Tecnológico
(Centec). O Estado contou com a adesão dos pequenos municípios
de Quixeré, através da Escola de Ensino Fundamental
e Médio Governador Manuel de Castro Filho e, Crato, via Escola
Agrotécnica Federal e da Fundação Universidade
Regional, no Cariri.
Em
Minas Gerais, destacou-se as atividades desenvolvidas na Rodoviária,
batizada de Ciência na Rodoviária. Segundo Graça
Brant, coordenadora do Programa de Popularização da
Ciência e Tecnologia da Secretaria do Estado de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais. "Os eventos tiveram
grande adesão do público. A escolha do local atendeu
plenamente os objetivos de popularizar a ciência. Passam pelo
terminal cerca de 40 mil pessoas por dia", afirma.
Neste
ano, a região Sudeste foi a que mais contribuiu com atividades
dentro da Semana, com um total de 878. O Nordeste apresentou 322
atividades, seguida pela Sul, com 219 eventos, Norte, com 115, e
Centro-Oeste com 108. Este resultado reflete o desempenho, principalmente
dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais na
produção científica e tecnológica do
país. Segundo os indicadores de C&T publicados pela Fapesp
em 2001, esta região é responsável por 70%
da produção de ciência e tecnologia nacional.
Talvez este seja um dos pontos a ser repensado no ano que vem, para
que haja um esforço de descentralizar a popularização
da ciência.
Continuidade
Estabelecida por decreto presidencial de 9 de junho de 2004, ela
será comemorada no mês de outubro de cada ano, sob
a coordenação do Ministério da Ciência
e Tecnologia e com a colaboração das entidades nacionais
vinculadas ao setor. O objetivo é mobilizar a população
em torno de temas e atividades científicas, além de
destacar a importância da ciência e da tecnologia para
o desenvolvimento do país, a exemplo do que já acontece
em países como o Reino Unido, Espanha, França, Itália,
África do Sul, Austrália e Chile.
Apesar
da data oficial de encerramento ter sido no dia 24 de outubro, alguns
Estados ainda possuem atividades dentro da programação
Brasil Olhe para o Céu durante esta semana, aproveitando
o eclipse lunar, que ocorrerá no dia 27, por volta das 23h23.
Articulada
por Ildeu de Castro Moreira, coordenador do Departamento de Popularização
e Difusão da Ciência e Tecnologia da Secretaria de
C&T para a Inclusão Social do Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT). A 1ª Semana Nacional de Ciência e
Tecnologia atende a um antigo anseio das mais diversas entidades
científicas, desde centros e museus de ciência, até
instituições e grupos voltados para a divulgação
científica.