São Paulo tem o maior tráfego aéreo na América Latina e o segundo do mundo, depois de Nova Iorque, com aproximadamente 480 veículos. O uso de helicópteros como forma de transporte aumentou significativamente nos últimos anos, comprometendo a segurança na condução do vôo. De acordo com dados do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV), órgão responsável pela fiscalização dos quase 200 helipontos na cidade, o número de viagens realizadas na região metropolitana aumentou de 12.268, em 2001, para 17.264, no ano passado. "Julgou-se necessária a implantação de Serviço de Controle de Tráfego Aéreo para Helicópteros em função desse aumento da demanda", diz Carlos Herédia, consultor de tráfego aéreo do SRPV.
O sistema de controle de tráfego foi implantado na região oeste da capital, no espaço aéreo que corresponde aos bairros Vila Madalena, Lapa, Pinheiros, Itaim, Jardins, Paulista, Moema e Campo Belo, região na qual estão instalados os escritórios das firmas que administram cerca de 46% do PIB nacional. De acordo com Herédia, uma porção do espaço aéreo foi selecionada e identificada por coordenadas onde foram estabelecidas rotas especiais para o vôo de helicópteros. Uma posição operacional na Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas, dotada de comunicações, em freqüência rádio exclusiva e com visualização de radar, foi ativada especialmente para cuidar do serviço. "Todos os helicópteros são 'vistos' e, assim, todos podem ser orientados para seus destinos de forma rápida e segura", explica Herédia.
Antes do serviço, os próprios pilotos, quando em vôo, coordenavam sua separação por meio de informações trocadas pelo rádio. Informavam o sobrevôo de pontos conhecidos, quando estavam decolando de algum lugar para outro, ou passando sobre um ponto conhecido. "Essa é uma providência pioneira, nascida aqui" e completa "nosso sistema é único no mundo e por enquanto só está sendo aplicado em São Paulo".
Para Herédia, a circulação aérea, tanto de aviões como de helicópteros, agora tem melhor fluxo além da redução do ruído provocado pelo vôo de aeronaves de asas rotativas, já que as rotas especiais para helicópteros determinam aumento de 100 metros na altitude de vôo, com o objetivo, inclusive, de reduzir o ruído provocado pelos veículos. "Os padrões de segurança dos vôos estão mantidos e continuarão garantidos ainda que ocorra o aumento de demanda estimado para o futuro próximo", afirma.
A responsabilidade pelo controle do tráfego de helicópteros é do Comando da Aeronáutica, por meio do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), administrado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Subordinados ao SISCEAB estão os são Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) e os Serviços Regionais de Proteção ao Vôo (SRPV), responsáveis por administrar os órgão operacionais de Controle, como Torres de Controle (para o controle de pousos, decolagens e movimentos nos aeroportos), controle de Aproximação (para o controle das manobras de vôo que antecedem ao pouso ou sucedem as decolagens) e o Centro de Controle de Área (para o controle de tráfego aéreo do vôo em rota).
A tecnologia empregada é a mesma utilizada internacionalmente para o Controle de Tráfego de aviões. Obedece às Normas internacionais oriundas da Organização Internacional de Aviação Civil - OACI, a quem o Brasil é filiado assim como a maioria dos países que dispõem de aviação segura e bem administrada.