As
alterações no texto do PL 3.582 feitas pelo deputado
Irineu Colombo (PT-PR), relator da comissão especial, que
até então o analisava na Câmara, foram mantidas
na MP 213. Com isso, a renda familiar dos candidatos a bolsas integrais,
que no projeto original era de no máximo um salário
mínimo por pessoa, passou para um salário mínimo
e meio por pessoa (R$ 390,00). A medida provisória também
prevê bolsas parciais de 50% da mensalidade para estudantes
com renda per capita familiar de até três salários
mínimos (R$ 780,00).
Outra
alteração mantida na MP e criticada pelo presidente
da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta,
foi a redução no percentual de vagas que as universidades
filantrópicas deveriam destinar para bolsas integrais:
passou de 20% para 10%. Essas entidades são obrigadas por
lei a destinar 20% de sua receita bruta para gratuidades ou beneficências.
"Os 10% restantes poderão ser aplicados em outras
atividades de assistência social, como na área de
saúde, por exemplo", justifica o deputado Colombo.
A
comissão especial da Câmara voltou a se reunir no
dia 14 de setembro, e substituiu em sua pauta de discussão
o PL 3.582 pela MP 213. Se não for rejeitada pelo Congresso
Nacional no prazo de até 120 dias, a medida provisória
será convertida em lei, mas já está vigorando
desde a sua publicação no Diário Oficial,
no dia 10. "O ministro Tarso Genro está descumprindo
o compromisso assumido com a comissão de educação
do Senado, ao encaminhar por medida provisória uma parte
importante da reforma universitária", afirmou o senador
Osmar Dias (PDT-PR), presidente dessa comissão.
A
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e parlamentares da oposição
também criticaram a instituição do Prouni
por medida provisória. A alegação do ministro
da Educação para ter editado a MP é que a
demora na votação do PL 3.582 poderia inviabilizar
a concessão de bolsas já no ano de 2005, pois os
processos seletivos das universidades já estão próximos.
Se não fosse editada a medida provisória, o PL 3.582
- além de outros projetos importantes, como a Lei de Falências
e o projeto que cria as Parcerias Público-Privadas -, estaria
na fila de votação atrás de onze medidas
provisórias que estão trancando a pauta no Congresso.
Leia
reportagem
que detalha o Programa Universidade para Todos