União Européia quer Brasil em programa espacial
              
            Representantes 
              da Agência Espacial Européia estiveram no Brasil na 
              última semana com interesse em firmar uma parceria para implantar 
              o Programa Galileo, um sistema global de posicionamento, semelhante 
              ao GPS (Global Positioning System). Os integrantes da Agência 
              Espacial Européia (ESA, em inglês) visitaram o Instituto 
              Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Agência Espacial 
              Brasileira (AEB), que criará um grupo de trabalho para continuar 
              as negociações de participação no programa. 
              Formado por uma constelação de 30 satélites 
              em órbita, a uma altitude de cerca de 24 mil quilômetros, 
              o sistema deverá funcionar por completo em 2008, quando começará 
              a ser explorado comercialmente. 
            De 
              acordo com Cristina Araújo, responsável pelos assuntos 
              de cooperação da comissão européia no 
              Brasil, as instituições brasileiras (Ministério 
              de Ciência e Tecnologia, AEB, Ministério das Relações 
              Exteriores, Ministério da Defesa e Inpe) reagiram com muito 
              interesse frente ao contato europeu. "A apresentação 
              do projeto no Inpe foi voltado, basicamente, para o setor privado, 
              mas também participaram representantes do setor público. 
              O sistema Galileo é um sistema civil mundial de navegação 
              e está sendo construído em parceria com o setor privado 
              e público, pois estudos realizados pela Comissão Européia 
              indicam um crescimento no mercado mundial nessa área. Isso 
              explica o interesse das empresas", esclareceu.
            No 
              entanto, esse não foi o primeiro contato entre os agentes 
              do Galileo e as autoridades brasileiras. A primeira troca de informações 
              deu-se em janeiro deste ano, quando o Comissário das Relações 
              Exteriores da Comunidade Européia, Cris Patten, reuniu-se 
              com o Ministro da Defesa, José Viegas. 
            De 
              acordo com informações da AEB, o chefe da unidade 
              Galileo em Bruxelas, Oliver Onidi, afirmou que o motivo da visita 
              da comissão européia ao Brasil é informar sobre 
              o projeto, além de incluir o Brasil no programa. Isso porque 
              o país possui avanços consideráveis na área 
              de tecnologia espacial, como o Programa Espacial (Cbers) e um centro 
              próprio de lançamento de satélites, em Alcântara. 
              
            Segundo 
              explica Araújo, apesar do Brasil não ser uma potência 
              mundial no setor, é o representante com maiores avanços 
              científicos e tecnológicos nesse setor da América 
              Latina, o que o torna um parceiro natural do programa Galileo, atraindo 
              investimentos da União Européia e ampliando suas relações 
              geopolíticas com o maior bloco econômico do mundo. 
              
            Quebra 
              de monopólio
              A Agência Espacial Européia informa que a necessidade 
              da Europa em desenvolver um sistema de navegação própria 
              e de controle civil é o fato dos sistemas de posicionamento 
              global russo, o Glonass, e o norte-americano, GPS, não oferecem 
              garantia de um serviço ininterrupto. Dessa forma, já 
              ocorreu do sistema de aviação e navegação 
              ficarem sem comunicação. Tal hegemonia dos EUA e da 
              Rússia no setor é decorrente do desenvolvimento tecnológico 
              da corrida armamentista do período da Guerra Fria (1947-1989). 
              Entre outras coisas, o fato desse período ter chegado ao 
              fim, possibilitou que outros países como Brasil, China e 
              Índia, passassem a desenvolver a tecnologia aeroespacial. 
              Os investimentos para o Galileo, que giram em torno de 3,2 bilhões 
              de Euros, demonstram a vontade política da União Européia 
              em desvincular-se do monopólio gerado pelo GPS. 
            As 
              informações da Delegação da Comissão 
              Européia no Brasil mostram que os acordos já foram 
              assinados com a China e Israel, enquanto que os acordos com a Índia, 
              México, Rússia e Brasil ainda estão em negociação. 
              O primeiro satélite experimental chamado de Galileo 
              System Test Bed (GSTB) será lançado em 2005. 
              O objetivo desse satélite é caracterizar as tecnologias 
              que já estão em desenvolvimento sob contratos da ESA. 
              Em 2006, inicia-se a fase de desenvolvimento, que engloba a fabricação 
              e o lançamento dos 30 satélites. 
            
            
              
            
               
                 
                   
                    Galileo 
                    Diferentemente 
                    dos sistemas de posicionamento global GPS e Glanoss, 
                    de controle militar, o Galileo 
                    terá controle civil. Além dos 30 satélites 
                    em órbita, o programa contará com estações 
                    em terra para fornecer informações a respeito 
                    da posição dos usuários em setores, como 
                    o de transporte (posição do veículo, 
                    rota, controle da velocidade, etc.), serviços sociais, 
                    sistema da justiça (posição dos suspeitos), 
                    trabalhos públicos (sistemas de informação 
                    geográficas), sistemas da busca, de salvamento e lazer 
                    (por exemplo, no mar ou nas montanhas, etc).
                   
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