Notícias da Semana

Notícias Anteriores

Eventos
Junho
Julho
Agosto
Setembro

Divulgue
seu evento


 


Ambientalistas debatem
as principais preocupações na área

Entre as dez principais preocupações dos ambientalistas brasileiros, que atuam na interface ambiente e sociedade, estão as mudanças climáticas, os recursos hídricos, a governança ambiental, a biodiversidade e a energia. Estes e mais cinco temas foram os mais debatidos durante o II Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa Ambiente e Sociedade (Anppas), que aconteceu entre 26 e 29 de maio, em Indaiatuba (SP), uma semana antes da comemoração do Dia Internacional do Meio Ambiente, no último dia 5. A Anppas congrega os programas e instituições brasileiras que desenvolvem atividades de pesquisa e formação de pessoal especializado em nível de pós-graduação que focalizem a interação Ambiente e Sociedade.

O encontro reuniu mais de 500 ambientalistas de diversos estados brasileiros e trouxe temas que surgiram a partir de sugestões dos inscritos. Além daqueles já mencionados, também se destacaram a questão do manejo comunitário de recursos naturais, os riscos ambientais, o turismo ecológico, a justiça ambiental e os conflitos sociais em torno do uso de recursos naturais.

A recorrência dos temas, na opinião da secretária executiva da Anppas e diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam/Unicamp), Lúcia da Costa Ferreira, serviu como demonstrativo das preocupações mais comuns da comunidade acadêmica na área. Para ela, os temas debatidos na Anppas devem ter uma especial atenção por terem surgido a partir de um representativo grupo de estudiosos especializados de alta qualificação, que atuam nos centros, institutos e universidades de excelência de todo o país nesta área. "Nosso papel, como ambientalista, não é fazer política pública, mas pressionar o Estado", diz Lúcia, que considera competente a equipe do Ministério do Meio Ambiente, mas acha que falta força política dentro do governo para que o Ministério possa agir e definir suas próprias políticas.

De acordo com Rogério César Pereira de Araújo, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema), da Universidade Federal do Ceará, os cursos de pós-graduação em meio ambiente enfrentam problemas semelhantes, independente de sua localização. "O encontro é um espaço único no meio acadêmico que congrega as mais diversas correntes de pensamento e formações acadêmicas, todos com o mesmo interesse de desenvolver ciência na busca do desenvolvimento sustentável", diz Araújo.

"Agradou-me constatar agora o envolvimento das ciências sociais com o meio ambiente, o que não é algo que tenha acontecido bem no Brasil", afirma Clóvis Cavalcanti, da Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco. A criação da Anppas, há três anos, aconteceu a partir desta percepção sobre a contribuição necessária das ciências sociais para o estudo do meio ambiente. No Brasil esta interface é recente. Um dos únicos núcleos no país a fazer esta abordagem, há mais de 20 anos, é o Nepam (Unicamp), que já atuava em pesquisas que faziam esta interface. Na década de 80, esta abordagem surgiu mundialmente a partir dos efeitos mais diretos da degradação ambiental como ameaça e prejuízo ao homem.

Debate internacional e reforma universitária
Em setembro deste ano, o professor Pedro Jacobi, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da USP, passará seu cargo de presidente da Anppas para Leila da Costa Ferreira, do Nepam/Unicamp. Entre as suas principais metas para os próximos dois anos está a inserção da entidade no debate internacional, de maneira mais profunda e menos tímida. Esta aproximação deverá acontecer a partir da América Latina, por meio de um diálogo mais estreito com centros de pesquisa internacionais, uma vez que o diálogo em âmbito nacional já está estabelecido. Outra proposta importante para a próxima gestão será participar mais efetivamente do processo de reforma universitária.

"Estamos em um momento complexo da reforma universitária e eu acredito que, pelo caráter interdisciplinar que temos, podemos ajudar de forma especial", diz Leila. Esta sugestão partiu da assembléia da Anppas e deve se consolidar de imediato com a realização de uma Mesa Redonda sobre Reforma Universitária, a ser agendada em Campinas ou em Brasília, no segundo semestre. A assembléia era composta por profissionais com diferentes formações acadêmicas (biólogos, cientistas sociais, geógrafos, ecólogos, físicos, entre outros), todos com atuação em meio ambiente. Segundo Leila, o diálogo possível dentro da Anppas permite que esta experiência já adquirida proporcione mais habilidade para tratar sobre a integração de conceitos e interesses diversos, como é necessário que aconteça na reforma universitária.

Atualizado em 08/06/04
http://www.comciencia.br
contato@comciencia.br

© 2001
SBPC/Labjor

Brasil