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Projetos de Extensão trocam metodologias e
estratégias de atuação

Projetos de extensão da USP e da Unicamp deram passos significativos na busca de pesquisas e atividades acadêmicas que devem contemplar a comunidade, indo além de uma política de oferecimento de cursos e serviços. As equipes dos projetos "Arte e Exclusão Social" e "Beija-flôr", da Unicamp, e "Avizinhar" e "USP-Sol", da USP, reuniram-se no último mês para trocar metodologias e debater o trabalho que desenvolvem. A iniciativa também é inédita no estado de São Paulo e visa superar um dos problemas históricos das atividades de extensão, que é a fragmentação e a carência de referenciais teóricos.

Sandro Tonso, professor do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Unicamp, explica que duas oficinas foram realizadas, uma sob responsabilidade do grupo da USP e outra da Unicamp, para expor as metodologias de trabalho que são utilizadas e os problemas encontrados no decorrer do desenvolvimento dos projetos. A equipe do "Arte e Exclusão Social", por exemplo, realizou uma oficina de jogos teatrais desenvolvidos a partir do Teatro do Oprimido, método desenvolvido pelo dramaturgo Augusto Boal. Para Melissa Lopes, mestranda do Instituto de Artes da Unicamp e uma das coordenadoras da oficina, neste encontro foi possível debater como o grupo utiliza o Teatro do Oprimido, em conjunto com outras linguagens artísticas, como um instrumento eficaz para trabalhar questões cotidianas dos trabalhos de extensão, como as relações de poder dentro dos grupos, o papel das lideranças e as regras que devem orientar as atividades.

O intercâmbio entre os projetos irá gerar um site, apoiado pela Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e Atividades Especiais (Cecae), órgão que coordena parte das atividades de extensão na USP. Maria de Fátima Bezerra, coordenadora do projeto USP-Sol, ressalta que a relevância desta experiência está no fato de romper com um certo isolamento característico das atividades de Extensão, que o Cecae também procura superar dentro da própria Universidade de São Paulo: "O Pisces [Programa de Incentivo a Iniciativas Sociais, Culturais e Empresarias] é um projeto da Cecae em parceria com as pró-reitorias que pretende mapear este quadro de projetos de extensão", esclarece. Marta Pimenta, coordenadora do Projeto Avizinhar, enfatiza que "se dentro de uma única universidade ainda existe este isolamento de projetos que estão na mesma unidade de ensino, tanto maior é o isolamento existente entre universidades". Ela ainda avalia que o rompimento deste isolamento, a troca de experiências e a partilha de semelhanças e diferenças contribuirá para que a universidade "cumpra com mais propriedade o seu papel, além de auxiliar a compreender e clarear melhor qual é este papel".

O próximo passo será a apresentação do projeto no 2º Congresso Nacional de Extensão Universitária, em setembro, na cidade de Belo Horizonte. "Trata-se de uma experiência de Extensão que pode ser partilhada além do momento de um congresso e render uma parceria entre duas universidades", afirma Cristina Guarnieri, diretora técnica de Programas de Cooperação da Cecae.

 

Atualizado em 12/05/04
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