Sistema integrado economiza água e 
              energia em laboratórios
            
              Para driblar a falta de verba, a Universidade Federal de Minas Gerais 
              (UFMG) implantou um sistema integrado de purificação 
              de água que liga 140 laboratórios do prédio 
              do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). "Estamos 
              tomando uma série de medidas para racionalizar o consumo 
              de água e diminuir a conta de energia elétrica" 
              diz Carlos Alberto Tavares, diretor do ICB. 
             
              O sistema entrou em funcionamento em março deste ano e já 
              economiza cerca de seis mil litros de água por dia. O ICB, 
              assim como em inúmeros laboratórios, possui vários 
              destiladores - equipamentos que retiram os íons da água 
              - e a tornam adequada para uso em experimentos e em alguns processos 
              de limpeza. O fato é que, neste processo, a água é 
              aquecida e resfriada em seguida, sendo que para cada litro destilado, 
              outros 20 litros de água são descartados. "A 
              novidade é que o sistema atende a todos os nossos laboratórios 
              e a economia deve-se a redução da utilização 
              de água por destiladores", afirma Tavares. 
            O 
              processo de deionização da água adaptado pela 
              UFMG funciona através de um sistema centralizado que capta 
              a água fornecida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais 
              (Copasa), a direciona para o teto do prédio do ICB, onde 
              existem colunas preparadas com uma resina especial, responsável 
              pela troca iônica da água, e a distribui entre os laboratórios. 
              As tubulações percorrem 1,6 quilômetros pelos 
              quatro andares do prédio. 
              
            
               
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                   (esq.) 
                    Carlos Alberto Tavares mostra o reservatório do sistema 
                    de deionização e (dir.) novos destiladores substituem 
                    os antigos. Foto: Foca Lisboa - UFMG   
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            As 
              colunas e resinas utilizadas foram doadas pela empresa R. Chapman, 
              responsável pela elaboração do projeto e que 
              cobrou apenas pela instalação dos equipamentos, com 
              custo avaliado em cerca de R$ 40 mil. A idéia inicial do 
              projeto surgiu em outubro de 2003.
            De 
              acordo com Tavares, a UFMG teve um aumento de 20% no conta de energia 
              elétrica nos últimos meses, e "não há 
              dinheiro para pagar" ressalta. Diante da crise, a instituição 
              pretende reduzir o consumo em várias frentes, sendo que o 
              maior avanço da universidade foi o de fazer um sistema que 
              atende vários laboratórios e economiza água 
              e energia através da diminuição do uso de água 
              destilada.
            Crise 
              nas federais
              A UFMG suspendeu, em fevereiro, todos os investimentos previstos 
              para 2004. Para adequar o orçamento aos recursos disponíveis, 
              a universidade também cortou bolsas acadêmicas e pessoal 
              terceirizado, além de promover campanhas de racionamento 
              de água e energia. A Universidade previa R$ 57 milhões 
              em gastos e investimentos para o ano, mas a rubrica do orçamento 
              denominada Outros Custeios e Capital (OCC) contava apenas com R$ 
              43,5 milhões.
            Neste 
              mês, o Congresso Nacional liberou R$ 54 milhões para 
              o Ministério da Educação repassar às 
              universidades federais. As instituições recebem o 
              reforço de verba por meio de uma emenda articulada pela Associação 
              Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais 
              de Ensino Superior (Andifes) desde 1999. Tradicionalmente, o dinheiro 
              é repassado no último trimestre de cada ano. Em 2004, 
              devido à crise financeira das universidades federais, o período 
              foi antecipado.