Arquivo da categoria: artigo

A coerência das políticas públicas como condição para avançarmos na transição energética

Por Flávia L. Consoni e Edilaine Camillo

A transição energética precisa ser parte de um plano maior e sistêmico de transformação para uma economia de baixo carbono, isto é, todos os setores da economia e da sociedade precisam realizar mudanças consistentes e progressivas na forma e na intensidade que a energia é utilizada e no modo como se faz as coisas. Esta mudança deve ser um compromisso assumido por todos os atores da sociedade. As políticas públicas têm o papel central em promover e direcionar esta mudança e atuar como mediador de interesses e conflitos. Entendendo que políticas públicas são todos os meios e instrumentos utilizados pelo Estado, seja em nível federal, estadual ou municipal, para agir, intervir e provocar mudanças.

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Grid edge technologies: redes para o consumo inteligente

A revolução dos sistemas elétricos é caracterizada pela adoção de diversas tecnologias disruptivas abarcadas no conceito dos 3Ds: descentralização, digitalização e descarbonização. Exemplos dessas inovações, denominadas grid edge technologies, envolvendo soluções de hardware e/ou software são: geração solar fotovoltaica, mobilidade elétrica, sistemas de armazenamento de energia, sistemas de medição digitais com comunicação, eletrodomésticos de altíssimo rendimento e sistemas de desagregação de carga.

Marcos Julio Rider Flores, Walmir de Freitas Filho, Madson Cortes de Almeida, Fernanda Caseño Trindade Arioli, Daniel Dotta, Ieda Geriberto Hidalgo, Benedito Donizeti Bonatto Continue lendo Grid edge technologies: redes para o consumo inteligente

Municípios inteligentes e a transição energética

Qual poderia ser a aplicação prática? Este recurso pode ser, por exemplo, utilizado no controle do trânsito de uma grande cidade, de forma a otimizar a emissão de gases poluentes pelos motores dos automóveis. Outra aplicação pode ser o monitoramento de áreas de preservação ambiental, no que diz respeito a incêndios, alagamentos, acidentes. Em ambos os exemplos há uma cadeia de relações em causa e efeito que incidem em questões de ordem econômica, ambiental e de bem-estar social. Continue lendo Municípios inteligentes e a transição energética

Bioenergia na agricultura

A indústria agrícola vem juntando esforços em direção à autonomia e à eletrificação, permitindo um agronegócio mais rentável e com emissão zero de carbono. Para que aconteça a transição energética no setor de maquinários agrícolas, o caminho continua sendo a aposta em diversas fontes renováveis de energia: biometano, biogás, diesel verde, diesel de cana ou outras fontes de biomassa, misturas ternárias (diesel, biodiesel – vegetal ou animal e álcool).

Bárbara Teruel e Daniel Zacher Continue lendo Bioenergia na agricultura

Bioenergia e a transição energética

Os biocombustíveis podem ser classificados como sendo de primeira, segunda, terceira e quarta gerações, segundo a função da fonte da biomassa, benefícios/limitações e progresso tecnológico envolvidos. Neste contexto, três políticas públicas nacionais podem ser destacadas. O Proálcool foi o primeiro marco da produção de biocombustíveis no Brasil nos anos 1970. Já no início do século XXI, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel buscou estimular a produção de biodiesel, valorizando a agricultura familiar para geração de renda no campo. Em 2016, o governo federal lançou o Programa Renovabio, alinhado aos compromissos do Acordo de Paris, para incentivar a produção nacional de biocombustíveis, sendo eles, o etanol, o biodiesel, o biogás e o bioquerosene de aviação.

Roberta Ceriani, Bárbara Teruel, Aline Carvalho da Costa, Guilherme José Máximo, Klicia Araujo Sampaio, Leonardo Vasconcelos Fregolente, Marcela Cravo Ferreira e Sarita Cândida Rabelo Continue lendo Bioenergia e a transição energética

Velho Oeste informacional: disputa pela atenção pública tornou-se muito mais selvagem e caótica

Por Luis Felipe Miguel

Atire a primeira pedra quem nunca foi seduzido pela notícia de um barraco entre anônimos, uma baixaria de celebridades, um crime horripilante, um acidente bizarro, uma descoberta científica suspeita, uma façanha de algum animal fofo. No novo ambiente das redes, tudo isso aparece em pé de igualdade com a guerra da Ucrânia, a reforma da Constituição, o colapso climático. Continue lendo Velho Oeste informacional: disputa pela atenção pública tornou-se muito mais selvagem e caótica

O império contra-ataca: como as big tech responderam à PL 2630

 Por Jorge Abrão

A long time, in a galaxy far far away (ou pelo menos como parece ter sido o ano de 2020) foi apresentado no Senado Federal o PL 2.630/2020, também conhecido como PL das Fake News, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. Agora, 2023, a discussão voltou a ter destaque com a aproximação e posterior adiamento de sua votação. Continue lendo O império contra-ataca: como as big tech responderam à PL 2630

Espetacularização, velocidade e o negócio da desinformação

Por Sérgio Amadeu da Silveira

No atual cenário em que as sociedades democráticas buscam regular as redes sociais digitais tendo como um dos principais objetivos reduzir o terreno da disseminação de informações falsas, de mentiras, de ataques à produção científica, de teorias da conspiração, de negação de fatos ocorridos e de invenção de outros que não passam de ficção, a análise do modelo de negócios das plataformas torna-se fundamental. Para observar com profundidade essa dinâmica é importante nos apoiarmos em referenciais teóricos e conceitos que ampliam nosso campo de visão. Continue lendo Espetacularização, velocidade e o negócio da desinformação

A lei das ‘fake news’, seus problemas e espantalhos

Por Carlos Orsi

Confesso que minha intenção original era não escrever nada, absolutamente nada, sobre o projeto de lei “das Fake News”, em tramitação na Câmara Federal. O motivo é simples: porque já escrevi demais. Sobre o dever cívico e moral de curadoria de que as redes sociais, aplicativos de mensagem e motores de busca tentam, cinicamente, se eximir; sobre os incentivos perversos que levam os algoritmos implementados por essas plataformas a promover ódio e divisão; sobre os riscos de envolver o aparato do Estado no combate à desinformação; e até sobre as armas de desonestidade intelectual usadas por quem deseja melar esse e outros debates (aqui e aqui). Continue lendo A lei das ‘fake news’, seus problemas e espantalhos