A forma geométrica dessa terra que nos sustenta é redonda. Isso não tem a ver com a forma “objetiva” do mundo-considerado-um-objeto, mas com o lugar das coisas no mundo em que se habita. De maneira recorrente, quando é necessário falar do “lugar das coisas” e descrever os mundos ocupados em termos topológicos, o circular é evocado. Assim, a imagem da Terra redonda está presente em várias culturas e épocas, e muito nas culturas herdadas da antiguidade greco-latina.Continue lendo Imaginando o redondo→
Aprender com os rios que não é possível recuperar uma condição original, mas fazer da nascença constante nosso modo metamórfico de viver e pensar, que não é possível reaver um território existencial que se encontraria pressuposto desde o início, nem regenerar seu caráter supostamente real e verdadeiro, mas seguir proliferando modos de existência particulares que desafiam qualquer modelo de verdade e resistam a qualquer vontade de julgamento.Continue lendo “(A)mares e ri(s)os infinitos”: a catástrofe de estar junto diante da finitude→
Plantio do fruto nativo da Mata Atlântica envolve produtores, sociedade civil e setor privado e alia conservação e desenvolvimento sustentável na Serra do MarContinue lendo A volta do cambuci→
O intuito da Unicamp com as cotas é ampliar a presença da população negra entre seus estudantes e promover a convivência entre grupos diversos quanto às origens étnicas, sociais e culturais. As experiências indicam que as cotas são um instrumento para combater o racismo existente na sociedade brasileira e as fortes desigualdades determinadas pela origem étnico-racial, num país marcado pela exclusão e por seu passado escravocrata.
Muitos poderiam se perguntar se a adoção de cotas étnico-raciais não seria suficiente para a inclusão dos indígenas. A resposta é não. As realidades educacionais de indígenas e da população negra não são comparáveis. Embora os dois grupos tenham sido tradicionalmente excluídos, a população negra foi submetida à educação regular tradicional contemplada pelo vestibular. Submeter estudantes com experiências educacionais muito distintas a um processo de seleção padronizado é perpetuar a exclusão de indígenas. Continue lendo A Unicamp e os novos desafios de inclusão→
Por Maria Beatriz Rocha Ferreira e Vera Regina Toledo Camargo
OsJogos Indígenas agregam um número significativo de etnias e proporcionam negociações, trocas de saberes, atualizações, ressignificações, e ampliação das redes inter-setoriais nacionais e internacionais, com o objetivo de valorizar e fortalecer a cultura indígena através das práticas corporais e da interação por meio de danças, cantos, pinturas corporais e jogos. Há um fortalecimento da identidade cultural indígena e uma celebração do espírito de confraternização com a sociedade não indígena, buscando também conscientizar a sociedade brasileira sobre a importância desses povos no cenário cultural e os seus direitos como cidadãos brasileiros.Continue lendo Povos indígenas, mobilizações e representações das práticas corporais→
Por Renato Azevedo Matias Silvano e Alpina Begossi
Infelizmente o conhecimento local de ribeirinhos e caiçaras não tem sido devidamente valorizado e utilizado por gestores ambientais, tomadores de decisão e pesquisadores das áreas de ciências biológicas. Esperamos que nossos trabalhos sirvam para valorizar esse conhecimento e os pescadores que os possuem, incentivando o diálogo entre atores relacionados à diversidade (pescadores, gestores, pesquisadores).Continue lendo Ribeirinhos e caiçaras: a vida entre terra e água→
Crescem a cada dia os conflitos nas terras indígenas e áreas de entorno. Testemunhamos a violência da grilagem nessas terras, o crescimento ilegal da exploração de madeira e garimpo nas mesmas e o avanço desenfreado do agronegócio para dentro de seus limites. Neste cenário, o ataque ao meio ambiente é notório, e este se torna ainda mais evidente quando se considera os grandes empreendimentos hidrelétricos e a mineração em grande escala; ambos levados a cabo, especialmente, nas proximidades das terras indígenas e das áreas de proteção ambiental.Continue lendo Sobre as práticas colaborativas entre arqueólogos e povos indígenas→
O tratamento midiático de assuntos relacionados às temáticas indígenas toma vieses bastante questionáveis, especialmente quando se observam os veículos de maior circulação nacional. Se delimitarmos temas polêmicos como a construção da usina de Belo Monte, na bacia do Xingu, ou a recente tentativa de abrir – de maneira discutível – a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) para exploração de mineradoras, esses expedientes são facilmente identificáveis. Continue lendo Os jogos tradicionais e a representação midiática indígena→
Quando opera com sua força policial nas periferias, o Estado opera dentro da lógica da moralização da pobreza: o processo de violência e controle sobre os Ninguéns responde à premissa de que falharam, logo devem ser contidos ou eliminados. Mas a violência do Estado, nesse contexto, não é apenas das armas. Assim como o capital, em um processo incessante de busca e acumulação, o genocídio torna-se estratégia normativa permanente de condução de vida dos ‘niggerizados’, incessante na brutalização, na precarização e no silenciamento das culturas negras.Continue lendo A violência de Estado nas periferias: genocídio físico, material e cultural→