No Brasil, o termo cultura científica contempla a ideia de que a produção e a difusão do conhecimento científico fazem parte de um processo cultural. Esse processo envolve diferentes níveis de complexidade, dependendo da audiência: a comunicação entre os pares nas revistas acadêmicas e nos congressos científicos; a formação de cientistas no ensino superior (graduação e pós-graduação); o ensino de ciência nas escolas; e, por fim, a divulgação da ciência para o público em geral.Continue lendo O que é letramento científico e qual a sua relação com cultura científica, percepção pública da ciência e jornalismo científico→
É necessário nos questionarmos sobre como provocar indivíduos a ver no museu um tipo de conteúdo similar àquele que está́ disponível nos canais de comunicação convencionais. Qual é a medida estética para a apresentação desse conteúdo? As narrativas visuais que envolvem arte e informação correm grande risco de atingir um grupo extremamente reduzido de espectadores, sem perspectiva de expandi-lo. É necessário que, enquanto produtores, estejamos atentos à nossa audiência.Continue lendo Poética da informação. Um estudo do papel da arte na representação da notícia→
A mídia e as produções midiáticas não são um reflexo da realidade, transparentes e neutras. Elas veiculam representações do mundo em conteúdos que carregam com eles valores, pontos de vista e interesses e resultam de processos de seleção, de visibilidade e ocultamento, bem como de escolhas formais e de linguagem que, como vimos anteriormente, são mediados por relações de poder. E é para que o contato com essas produções – e, no nosso contexto específico, com a ciência que aparece nessas produções – se dê com a possibilidade de desvelamento dessas relações de poder que a educação para as mídias é imprescindível, favorecendo o olhar crítico não só para a mídia, mas também para a própria ciência.Continue lendo Cultura científica e cultura da mídia: relações possíveis (e necessárias) na prática de divulgação da ciência→
Em pouco tempo, descobrimos que as métricas alternativas não só permitem descobrir novos tipos de impacto que um artigo pode ter, como popularidade, recomendação por especialistas, material de consulta e outros, como estão relacionadas e podem predizer a métrica mais tradicional e valorizada, as citações. Continue lendo Métricas alternativas: uma introdução para autores e avaliadores→
Por Márcia Maria Tait Lima e Paula Carolina Batista
O saber da ciência moderna e todo saber hegemônico naturalizou a dicotomia masculino/feminino assim como outras como mente e corpo, razão e emoção, cultura e biologia, relacionando o feminino ao polo menos prestigiado dessas dicotomias. Assim, a ciência tem produzido e reproduzido, ao longo da história, conhecimentos que não atendem os interesses emancipatórios feministas, de “produzir e disseminar saberes que não sejam apenas sobre ou por mulheres, mas também de relevância para as mulheres e suas (nossas) lutas”.Continue lendo Gênero e raça na interface tecnociência, cultura e política→
Fake science existe já há um bom tempo sob o nome de pseudociência, algo que quer se passar por ciência sem ter o seu estatuto. Existem critérios para diferenciar a pseudociência da ciência, pois, como diz o filósofo da ciência Bruno Latour, “o objetivo da ciência não é produzir verdades indiscutíveis, mas discutíveis”. As verdades discutíveis são refutáveis e “verdades” indiscutíveis são pós-verdades, “verdades” da pseudociência. No entanto, em tempos pós-verdadeiros, a atividade científica é também ameaçada pela falta de rigor nos mesmos cuidados necessários para identificar as fake news cotidianas.Continue lendo Falsa ciência e pós-ciência?→
Nos últimos anos temos visto um crescente interesse pela obra do mais celebrado compositor brasileiro tanto no Brasil quanto no exterior.No presente artigo, examinaremos dois ciclos de obras contrastantes e seminais na produção do compositor, os “Chôros” e as Sinfonias. Estes ciclos, que nas suas versões integrais nunca tinham sido contemplados até o final do século XX, vêm recebendo atenção por parte de importantes orquestras sinfônicas oficiais através de ambiciosos projetos de gravações. É o caso tanto das sinfonias quanto a série dos “Chôros”, cuja singularidade sempre a tornou um desafio imenso de ser realizado. Continue lendo Villa-Lobos revisitado→
O jornalismo passa, há alguns anos, por uma mudança drástica em sua forma de produção, graças à revolução digital promovida pela internet. Ainda que estejamos no meio do processo e sem saber exatamente para onde ele irá nos levar, sentimos diariamente seu impacto em nosso trabalho. Continue lendo Algumas notas sobre jornalismo e música clássica→
No final dos anos 1990, a equipe do Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo reunia-se semanalmente para debater pautas futuras. Cada repórter dizia no que estava trabalhando, as ideias eram discutidas por toda a equipe, matérias eram programadas. De tempos em tempos, no entanto, chegava a notícia de que naquele dia a reunião seria “conceitual”, o que acontecia sempre que o editor Evaldo Mocarzel sentia a necessidade de repensar a proposta do caderno. Eram reuniões longas, seguiam noite adentro, com debates acalorados entre os repórteres, críticos e colaboradores freelancers, que eram convocados às pressas para a conversa. Continue lendo Um sentido para o jornalismo musical→