Está se desenhando uma catástrofe em câmera lenta, visão que já se encontra nos escritos de pesquisadores de primeira linha mundial. A convergência dos desastres ambientais, da desigualdade explosiva, da deterioração política e do caos financeiro gerou uma atitude renovada de busca de novos caminhos. A pandemia que assolou o planeta apenas tornou mais urgente, e possivelmente mais viável, repensar as regras do jogo. Aqui sistematizamos alguns dos posicionamentos mais significativos, como as da Economia de Francisco, do Business Round Table, com 181 das maiores corporações americanas, dos grandes grupos financeiros, do Roosevelt Institute e de numerosos cientistas sociais. Estão sendo construídos novos rumos. Continue lendo A economia desgovernada, por Ladislau Dowbor
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Uma visão econômica sobre a conservação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos
Por Carlos Eduardo Frickmann Young e Maira Luiza Spanholi Continue lendo Uma visão econômica sobre a conservação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos
Os desafios para um modelo realmente sustentável e inovador de desenvolvimento da Amazônia
Por Helder Queiroz e Mercedes Bustamante Continue lendo Os desafios para um modelo realmente sustentável e inovador de desenvolvimento da Amazônia
Ciência cidadã para além da coleta de dados
Por Blande Viana e Caren Queiroz Continue lendo Ciência cidadã para além da coleta de dados
Governança da biodiversidade no Brasil, desafios e oportunidades
Por Braulio Ferreira de Souza Dias
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Menos que 20 extinções por ano: será que o mundo precisa de uma meta única para a biodiversidade?
Editorial da revista Nature publicado em 20 de junho de 2020
É preciso avaliar totalmente uma proposta para uma meta única, simples, equivalente à meta climática de 2°C Continue lendo Menos que 20 extinções por ano: será que o mundo precisa de uma meta única para a biodiversidade?
Commoditificação de dados, concentração econômica e controle político como elementos da autofagia do capitalismo de plataforma
Por Roberto Moraes
Depois de duas décadas de utopia digital [1] e de uma crença difusa na ideia do progresso advinda da tecnologia, a sua utilização como ciência aplicada do conhecimento se impõe sobre a vida social e sobre todos os outros setores da economia. Sem exagero hoje é possível afirmar que a tecnologia exerce uma imposição dominante sobre a sociedade no mundo contemporâneo. No intervalo destas duas décadas saltamos da utopia digital para outra ideia difusa e, aparentemente solidária, da economia do compartilhamento, logo absorvida pelo mercado que passou a divulgar outra ideia, a de que teríamos passado a viver uma fase de inovação disruptiva. Continue lendo Commoditificação de dados, concentração econômica e controle político como elementos da autofagia do capitalismo de plataforma
Virtualidade sem virtude: a realidade do capital fictício
Por Artur Araújo
À medida que as finanças se descolam de seu papel histórico e positivo – adiantar fundos para que produção, consumo, investimento possam ser antecipados – e passam a ditar todo o processo econômico, a dinâmica das sociedades é brutalmente subvertida. Uma economia mundial que tem por centro a virtualidade do capital fictício é refém de crises também virtuais e fictícias, porque desencadeadas, muito subitamente e sem sinalizadores prévios claros, por fenômenos mais afetos ao campo da psicologia de massas. Efeito manada, esquemas de pirâmide, deslocalização geográfica, especulação via manipulação de informações assimétricas, comando do noticiário e da formação de sensos comuns e de terrores coletivos, todas são características do planeta das finanças desreguladas. A virtualidade das finanças desvirtua as funções do Estado e torna as sociedades nada virtuosas, já que as maiorias pagam os efeitos deletérios do grande cassino em que joga um oxímoro ambulante, a ‘minoria esmagadora’. Continue lendo Virtualidade sem virtude: a realidade do capital fictício
Trabalho virtual?
Por Ricardo Antunes
Não há celulares, computadores, satélites, algoritmos, big data, internet das coisas, Indústria 4.0, 5G, ou seja, nada do chamado mundo virtual e digital que não dependa do labor que começa nos subterrâneos. Se o trabalho virtual não cessa de se expandir, é bom não esquecer que nenhum smartphone ou tablet pode sequer existir sem a interação com as atividades humanas, inclusive aquela que nos remete às cavernas: a extração mineral. Sem a produção de energia, cabos, computadores, celulares e tantos outros produtos materiais; sem o lançamento de satélites; sem a construção de edifícios onde tudo isso é produzido e vendido, sem a produção e a condução de veículos que viabilizem sua distribuição, a internet não poderia sequer existir. Nas plataformas digitais, os algoritmos, concebidos pelas corporações globais para controlar tempos, ritmos e movimentos de todas as atividades laborativas, foram o ingrediente que faltava para, sob uma falsa aparência de autonomia, impulsionar, comandar e induzir modalidades intensas de extração do sobretrabalho, nas quais as jornadas de 14 (ou mais) horas de trabalho estão longe de ser a exceção. Continue lendo Trabalho virtual?
Sobre anjos e fugitivos
Por Peter Schulz
Na virtualização total criada por Adolfo Bioy Casares em 1940 no romance A invenção de Morel, um fugitivo, injustiçado, que precisa esconder-se de todo o mundo, refugia-se em uma ilha, onde a invenção que dá nome à obra cria ali um mundo com personagens virtuais. A profusão de seminários e encontros virtuais, às vezes quase simultâneos, aos quais podemos comparecer, faz lembrar o anjo Damiel no filme As asas do desejo: observador presente a tudo, não pode interagir fisicamente com os humanos e para isso escolhe deixar de ser anjo. Continue lendo Sobre anjos e fugitivos