Por Marcos Costa Lima e Tatiane Souza de Albuquerque
A questão ambiental tem sido incorporada na política de diferentes países, que buscam direcionar esforços com o intuito de amenizar a sua pegada de carbono, garantindo um processo de desenvolvimento mais sustentável. A fim de entender os problemas que o maior emissor de poluentes tem enfrentado, este artigo tem como objetivo identificar quais são os maiores dilemas ambientais na China e quais políticas ambientais foram adotadas recentemente. Como resultado dessa pesquisa, foi observado que após mudanças estratégicas por parte do governo chinês houve uma melhora recente na qualidade do ar, porém os problemas ambientais ainda são diversos e algumas soluções permanecem no âmbito do imaginário, necessitando de um maior alinhamento entre os poderes central e locais para pôr as políticas ambientais em prática de modo mais eficiente e assertivo. Além disso, solucionar o problema da corrupção é fundamental, visto que atrasa os resultados e afasta investimentos no setor. Diante da escolha entre reduzir a pegada de carbono e manter o crescimento do PIB, cabe acompanhar os desfechos da trajetória que a China irá percorrer a fim de entender como as metas de neutralidade de carbono até 2060 serão atingidas. Continue lendo Uma breve trajetória da questão ambiental recente na China→
O racismo contra os asiáticos vem se mostrando cada vez mais evidente na Alemanha desde o início da pandemia de coronavírus em 2020, incitado por discussões na mídia sobre a questão se a China deve ou não ser culpada pelo surto. Pessoas que são asiáticas sofrem ataques verbais, imagens na mídia estigmatizam os chineses que usam máscaras e humoristas ridicularizam o idioma chinês. Trata-se de uma continuação dos clichês e imagens negativas sobre a China que se originaram nos tempos coloniais e que já foram revividos durante a ditadura nazista e a fase anticomunista da Guerra Fria nas décadas de 1950 e 1960. Continue lendo Oculto, camuflado, disfarçado: colonialismo alemão na China→
Por Antônio Carlos Diegues e José Eduardo Roselino
É evidente a dependência chinesa indireta de tecnologias de empresas dos EUA. Mas, ainda que superar essas limitações no médio prazo não seja uma tarefa trivial, um observador atento não deve se esquecer do inquestionável sucesso conseguido nas últimas décadas pela política industrial e tecnológica chinesa.Continue lendo Guerra tecnológica entre China e EUA no contexto da indústria 4.0→
Passados mais de seis meses desde a decretação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) da pandemia do novo coronavírus, o novo normal brasileiro na verdade continua um ciclo iniciado entre 2015 e 2016, e que parece longe de acabar. Tratou-se de fato de uma ruptura radical com a ideia de que cabe às instituições democráticas e seus representantes organizar a vida social e o uso dos recursos materiais tendo em vista a sobrevivência e o bem-estar geral da população. Uso a palavra “cabe” aqui tanto no sentido do que é possível como entendendo que há uma responsabilidade, uma obrigação de ação. Muitos entenderam que a pandemia, embora trágica, seria uma oportunidade para rever certas omissões, para pactuar nacionalmente uma organização social que nos oferecesse, enquanto sociedade, uma maior capacidade de sobreviver a tragédias e imprevistos. Em lugar disso ganhamos um “e daí?”, repetido em diversas situações. Continue lendo Pandemia de neoliberalismo: a ortodoxia nunca desafiada→
Por Paulo Ernesto Marchezi, Francineide Lopes de Araújo, Eduardo Giangrossi Machado, Agnaldo de Souza Gonçalves e Ana Flavia Nogueira
Ano após ano a população mundial cresce e com ela a demanda por energia. Seja pelo alto desenvolvimento tecnológico dos países ricos ou pela necessidade de industrialização dos países emergentes, este aumento torna-se preocupante. Mais recentemente, observamos também uma demanda crescente de energia para recarga de veículos elétricos, dispositivos eletrônicos (gadgets) conectados à internet e até mesmo sensores em aplicações de internet das coisas (IoT). A maioria das fontes energéticas empregadas atualmente para geração de eletricidade são procedentes da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural), que são fontes não renováveis de energia, altamente poluentes e as maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa. Por esses motivos, a busca por fontes de energia mais limpas, renováveis e sustentáveis têm sido um dos principais desafios da ciência moderna. Dentre as fontes renováveis de energia disponíveis, a energia solar é considerada a mais abundante porque em apenas um ano a energia solar que chega à Terra é cerca de 35 vezes maior do que as reservas mundiais de combustíveis fósseis. Desse modo, é primordial o desenvolvimento de tecnologias que aproveitem a energia solar para gerar eletricidade de forma economicamente competitiva e com o maior alcance possível. Atualmente, a tecnologia empregada para converter a energia solar diretamente em energia elétrica é a tecnologia fotovoltaica. Continue lendo Desafios e oportunidades para o desenvolvimento de células solares fotovoltaicas emergentes→
Cientistas buscam rotas alternativas que sejam ambientalmente mais amigáveis e sustentáveis e ao, mesmo tempo, viáveis economicamente de modo a tornar realidade o uso do hidrogênio como combustível.Continue lendo Desafios na produção sustentável de hidrogênio→
Estamos vivendo agora um movimento acelerado de eletrificação dos transportes e modificação da composição da matriz energética global. Mesmo assim, faz sentido pensar em veículos elétricos no Brasil? E no mundo? Se sim, em quais cenários? Quais os motivos e os principais atores por detrás dessa transformação que está acontecendo?Continue lendo Sistemas de armazenamento de energia para mobilidade e sistemas estacionários no Brasil→
Por Abner M. Sampaio, Mateus Bazan Peters Querne, Mailde S. Ozório, Matheus Paes Lima, Leonardo J. A. Siqueira e Juarez L. F. Da Silva
Introdução
O acelerado desenvolvimento tecnológico em diversas áreas, que vão desde a indústria automotiva e de aviação, passando pelas indústrias químicas e biomédicas, trouxeram uma alta demanda para o desenvolvimento de novos materiais que possam atender a necessidades específicas. É consenso atual que o desenvolvimento de novos materiais pode ser acelerado a partir do conhecimento da interrelação entre as propriedades atômicas, moleculares e mesoscópicas e a estrutura atômica dos materiais, o que requer uma descrição atomística dos componentes fundamentais da estrutura dos materiais (elétrons e núcleos). O comportamento do movimento dos elétrons e núcleos na estrutura da matéria requer uma descrição utilizando as teorias de Química/Física Quântica, e portanto, necessita da solução da equação de Schrödinger, a qual possui solução analítica somente para o átomo de hidrogênio além de modelos simplificados. Continue lendo Ciência computacional de materiais e química aplicada no desenvolvimento de materiais para novas energias→
Por Miguel Tayar Galante, Pablo Sebastián Fernandez, Raphael Nagao e Claudia Longo
Por que (e para que) converter CO2 em outras moléculas?
O dióxido de carbono (CO2) tem estado sob os holofotes nas últimas décadas!
Por um lado, o gás carbônico tem sido considerado o principal vilão responsável pelas mudanças climáticas. Os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) correlacionam o crescente aumento da temperatura na Terra com o aumento da concentração deste gás de efeito estufa na atmosfera, que coincide também com o aumento da sua emissão em decorrência da ação antropogênica pela atividade industrial e uso de combustíveis fósseis[i]. O aumento na concentração de CO2 na atmosfera também provoca outros problemas ambientais, como a alteração do pH dos oceanos – o que poderia prejudicar todo o ecossistema marinho de maneira irreversível. Continue lendo Trabalhando por um processo viável e sustentável para conversão de CO2 em produtos químicos→