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Mulheres em conflitos territoriais e comunitários na Amazônia: em memória de Dilma, Nilce e Jane

Por Laura dos Santos Rougemont

Falar de conflito implica, quase que necessariamente, falar de violência. E conflito e violência são temas que têm aparecido cotidianamente para qualquer um/a que acesse os meios de comunicação e as redes sociais.  Os primeiros meses de 2022 têm demonstrado uma profusão de conflitos, violências e guerras em várias escalas. Um dos casos mais evidentes é o conflito protagonizado por Ucrânia e Rússia, com bastante cobertura midiática, reacendendo os riscos de uma Terceira Guerra Mundial. Podemos citar também a guerra cotidiana que o povo preto e periférico enfrenta nas favelas cariocas, com brutais e inexplicáveis assassinatos de jovens negros/as, como foi o caso de Jonathan Ribeiro, 18 anos, morto no Jacarezinho por um policial militar. Conflito e violência também perpassam a guerra imposta pelos garimpeiros aos indígenas Yanomami no estado de Roraima, fronteira com a Venezuela. É ali é onde o povo indígena está sendo dizimado e, como numa espécie de releitura da colonização, vem sendo vítima de uma série de crimes em decorrência do garimpo ilegal que invadiu seu território com o incentivo do próprio governo federal. Na TI Yanomami, indígenas, dentre crianças e adolescentes, sofrem com a contaminação por mercúrio, desnutrição, ameaças, alcoolismo, bem como com crimes de cunho sexual, como assédios e estupros. Aliás, mais uma jovem indígena de apenas 12 anos acaba de morrer vítima de estupro por parte de garimpeiros. Continue lendo Mulheres em conflitos territoriais e comunitários na Amazônia: em memória de Dilma, Nilce e Jane

As comissões de heteroidentificação, as cotas e as identidades coringas dos pardos

Por Dagoberto José Fonseca

O fenômeno das identidades negras estimuladas pelas ações do movimento negro e pelas do Estado tem ganhado cada vez mais espaço na sociedade brasileira. Muitas pessoas, especialmente jovens e adolescentes, que no final da década de 1990 não se consideravam negros, isto é nem pretos e nem pardos, nos primeiros anos do século XXI se afirmam negros. Continue lendo As comissões de heteroidentificação, as cotas e as identidades coringas dos pardos

A qualidade e equidade da educação infantil em uma perspectiva curricular

Por Daniel Domingues dos Santos e Camila Martins de Souza Silva Continue lendo A qualidade e equidade da educação infantil em uma perspectiva curricular

A família construída por laços afetivos da adoção

Uma criança encaminhada para a adoção certamente sofreu perdas e rupturas abruptas, e que seguramente farão para sempre parte de sua história. Entretanto há de se destacar que o rompimento com a família consanguínea pode significar esperança ao possibilitar um novo encontro com uma família que ofereça afeto, segurança e um ambiente seguro e propício para seu desenvolvimento. A adoção – apesar de visar ao bem maior da criança – proporciona tanto uma família a ela quanto também um filho aos pais/mães a partir de um processo de parentesco construído e ligado por laços afetivos.

 Por Jéssika Rodrigues Alves, Camila Aparecida Peres Borges e Martha Franco Diniz Hueb Continue lendo A família construída por laços afetivos da adoção

Exploração comercial infantil na internet: direitos e privacidade de dados na era da convergência

A exploração comercial infantil fundada na mineração de dados pessoais traz consigo inúmeros riscos e prejuízos aos direitos infantis, sendo urgente e necessário o debate sobre formas de combatê-la efetivamente e garantir um ambiente digital alinhado ao melhor interesse das crianças.    

Maria Mello e João Francisco de Aguiar Coelho

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Primeiro contato das crianças Karipuna com a escola

Imagem: Unifap/Escola indígena Jorge Iaparrá

Os primeiros anos das crianças indígenas Karipuna da aldeia Espírito Santo nas escolas mostram o momento de transição de um espaço livre, sem muitas regras, para o espaço escolar e suas regras. O momento em que elas vão para a escola é especial e delicado para a família, quando se faz necessário observar as relações das crianças e o espaço escolar.

As crianças Karipuna são criadas de acordo com a cultura e os costumes de seus antepassados, desde muito cedo são ensinadas a respeitar não só as pessoas, mas tudo que faz parte do seu habitat, sejam eles seres vivos e não vivos, lugares sagrados que tem um significado muito importante para o seu povo.

Toda a comunidade se envolve na criação, assegurando e garantindo o seu desenvolvimento como criança, cercando-a de atenção e carinho. Ter professores indígenas formados para trabalhar, principalmente com as séries iniciais nas escolas, é importante para garantir a alfabetização das crianças em língua indígena e, com isso, preservar a língua materna e facilitar a adaptação ao espaço escolar.

Por Janina dos Santos Forte Continue lendo Primeiro contato das crianças Karipuna com a escola