Dossiê 194 – Dezembro de 2017 / Janeiro de 2018 Continue lendo Clique aqui para ler todo conteúdo do dossiê A Humanidade na História da Terra
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Dossiê A Humanidade na História da Terra (dez-2017/jan-2018)
Clones, utopias e ficções*
Por Carlos Vogt
Os futuros por que a literatura nos leva a viajar, nos voos da ciência e da imaginação, são, no caso das boas obras de ficção científica, muito menos peças enfadonhas de futurologia e mais pousos assentados de reflexão, humor e poesia sobre a saga incontinente do homem em torno do fato, em torno do mundo, em torno do homem, em torno de si mesmo. A obra de ficção científica, ao projetar futuros, fala do presente para entender passados e, assim, apontar alternativas para futuros já irrealizáveis. Continue lendo Clones, utopias e ficções*
Bem-vindo à Era do Homem
Por Reinaldo José Lopes
Do ponto de vista da quase totalidade dos 4,5 bilhões de anos de história da Terra, a cozinha da sua casa provavelmente é uma aberração completa – e não é porque a maioria dos alimentos por aí seja preparada com a ajuda do uso controlado do fogo ou da radiação de micro-ondas (embora essas duas coisas também sejam bem esquisitas). Estou falando das panelas de alumínio que devem estar em algum lugar das suas prateleiras. Elas são feitas principalmente de alumínio metálico, um material que, na natureza, só existe em quantidades ínfimas, dada a grande afinidade dos átomos de alumínio pelos de oxigênio, que tende inexoravelmente a produzir óxidos e silicatos a partir do encontro desses dois elementos (e de mais alguns outros). E, no entanto, como que por mágica, nada menos que meio bilhão de toneladas de alumínio metálico – esse material que não deveria existir – podem ser encontradas na Terra neste ano de 2017. Mais de 95% desse montante, aliás, foi produzido dos anos 1950 para cá. Continue lendo Bem-vindo à Era do Homem
Por que espero estar errado sobre a mudança do clima
Por Claudio Angelo
A disputa entre descarbonização emergente e inércia do clima e da economia determinará o futuro da humanidade. Torço pela primeira e espero daqui a alguns anos poder rir de tudo o que escrevi sobre a segunda. Mas por enquanto não apostarei dinheiro nisso. Continue lendo Por que espero estar errado sobre a mudança do clima
Ciência e sociedade do Antropoceno: transição a partir do Holoceno*
Por Jan Zalasiewicz
É fácil pensar que somos especiais e que o momento presente marca um ponto especial no tempo simplesmente por causa de nossa presença. Porém, na escala geológica do tempo, e supondo-se que “nós” significa a espécie humana, a realidade é que podemos estar no limiar de uma nova era – uma idade que os geólogos estão chamando de Antropoceno. Como geólogo, Jan Zalasiewicz, da Universidade de Leicester, explica que se trata de uma era criada por nós mesmos. Tradução de Amin Simaika. Continue lendo Ciência e sociedade do Antropoceno: transição a partir do Holoceno*
Idealizações, projetos e programas para a colonização sideral. O que pode haver de novo?
Por Leandro Siqueira
Abandonar a Terra para fazer do sideral a nova morada do humano é um tema que tem desafiado a imaginação científica há pelo menos um século. Ao longo desse período, várias motivações instigaram o humano a idealizar, projetar e programar como povoar o inóspito sideral. Continue lendo Idealizações, projetos e programas para a colonização sideral. O que pode haver de novo?
Imaginando o redondo
Por Victória Flório
A forma geométrica dessa terra que nos sustenta é redonda. Isso não tem a ver com a forma “objetiva” do mundo-considerado-um-objeto, mas com o lugar das coisas no mundo em que se habita. De maneira recorrente, quando é necessário falar do “lugar das coisas” e descrever os mundos ocupados em termos topológicos, o circular é evocado. Assim, a imagem da Terra redonda está presente em várias culturas e épocas, e muito nas culturas herdadas da antiguidade greco-latina. Continue lendo Imaginando o redondo
Roberto Romano: Privatização sem freios e populismo anti-imigração são faces da mesma moeda
Por André Gobi, Erica Mariosa e Marcos Botelho Jr.
Enquanto a primeira distribui desemprego e miséria, o segundo encontra os culpados nos imigrantes. É a receita que gerou o nazismo no século XX, e provavelmente fará renascer o fascismo no mundo, e no Brasil. O domínio capitalista gera nas massas urbanas já estabelecidas imensos exércitos de reserva e, sem emprego, o medo aumenta entre os “negativamente privilegiados”. É a hora das receitas milagrosas: na economia, a privatização enquanto remédio universal, aplicado segundo critérios do “mercado”, abstração rendosa para os que possuem a quase totalidade das riquezas. De outro lado, temos o populismo que promete o retorno “dos velhos e bons tempos” quando os brancos pobres seriam amparados e teriam emprego, perdido com o advento dos “inferiores” negros, árabes, latinos. Continue lendo Roberto Romano: Privatização sem freios e populismo anti-imigração são faces da mesma moeda
(R)Evolução [Homo] sapiens: de oprimidos a tiranos
Por Camila P. Cunha
A unificação de toda a humanidade em um globo sem barreiras ou fronteiras é a tendência, consequência das ondas imperialistas, do dinheiro e da religião e começou há 2.500 anos. Hoje, nossa união se fortalece na crença pela pesquisa científica: solução de todas as mazelas, quiçá o aquecimento global. E, na era das ciências biológicas, apoiados pelos avanços da biotecnologia e da medicina que prometem a cura de doenças, além da possibilidade de reverter os efeitos de acidentes paralisantes pelo uso de interfaces cérebro-máquina, poderemos finalmente transformar o homem mortal e imperfeito em deus: eterno e onisciente. Continue lendo (R)Evolução [Homo] sapiens: de oprimidos a tiranos
Religiões em contato: esperança de convívio, história de conflito
Por Letícia Guimarães, Cristiane Bergamini e Guilherme Rodrigues
Como já aconteceu ao longo de toda história da humanidade e nos mais diversos locais do planeta, toda diversidade gera debates, intolerância e, no limite, perseguições. A intolerância pode se manifestar das mais diversas formas, podendo ser algo sutil, passando despercebida no cotidiano, até crescer ao nível de ataques dos mais diversos tipos – verbais, físicos, destruição de ícones e locais de culto. “A depredação de qualquer natureza, não somente de templos religiosos, como também de imagens sagradas, é manifestação evidente de uma incapacidade de convívio e reconhecimento de outras possibilidades de ser”, afirma Renato Kirchner, doutor em filosofia e professor do programa de mestrado em ciências da religião na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Continue lendo Religiões em contato: esperança de convívio, história de conflito