Para jornalista, grande imprensa contribui há pelo menos uma década para consolidação da ameaça fascista à democracia e “bolsonarismo” em si não existe, sendo expressão circunstancial de um Brasil arcaico, machista e identificado com o legado do escravismo. Continue lendo José Arbex Jr.: ‘Se não entendermos a importância da guerra pelas redes sociais, estamos ferrados’
Todos os posts de Ricardo Whiteman Muniz
Comunicação sensacionalista deixa ciência de ressaca
Por Marcelo Yamashita e Carlos Orsi, do Instituto Questão de Ciência
Publicado originalmente na revista Questão de Ciência e republicado na revista ComCiência com autorização dos autores.
A assessoria de imprensa bartender tem como contraparte e complemento o jornalismo bartender, que não existe para informar, mas entreter. Um dos recursos usados por esse tipo de jornalismo é, exatamente, o da sensacionalização da ciência, construindo estereótipos que reduzem descobertas científicas a anedotas de botequim e levam o público à indiferença (“se tudo causa câncer, para que parar de fumar?”). Nenhum engajamento vale esse preço. Continue lendo Comunicação sensacionalista deixa ciência de ressaca
Naomar de Almeida: Além de acesso, ações afirmativas devem transformar currículos
Por Ricardo Muniz
O epidemiologista Naomar de Almeida Filho, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) de 2002 a 2010 e reitor pro-tempore responsável pela implantação, entre 2013 e 2017, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), chama atenção para um transbordamento da política de inclusão de negros e negras na graduação, além de indígenas e quilombolas, que é a demanda por reestruturação radical de currículos e arquiteturas curriculares. Em sua avaliação, é urgente que as instituições avancem para que essas mudanças não sejam tópicas, apenas relacionadas ao acesso. “As universidades continuam com modelos curriculares muito atrasados e não se prepararam para receber esse contingente de pessoas que vem de histórias familiares e sociais distantes da cultura universitária.” Continue lendo Naomar de Almeida: Além de acesso, ações afirmativas devem transformar currículos
Sobre as ‘lives’, para ler ouvindo ‘Fala’, dos Secos & Molhados
Ou ouvindo ‘Fala tu que eu tô cansado’, por Jovelina Pérola Negra, composição de Edésio Só
Por Ricardo Muniz Continue lendo Sobre as ‘lives’, para ler ouvindo ‘Fala’, dos Secos & Molhados
Contra o marasmo autocongratulatório em divulgação científica
Por Peter Schulz
Nesses dias, há mais de um ano trabalhando em casa, rememoro a vida presencial anterior na universidade. Presencial, sim, mas já isolada em várias dimensões. Como era difícil (e piorou) conversar, todo mundo encastelado em seus respectivos laboratórios ou em intermináveis reuniões administrativas sem novas ideias. E assim alongam-se currículos. Mas o que se perde com isso? Um exemplo, que talvez inspire para oxigenar nossa academia: a Academia Olímpia. Continue lendo Contra o marasmo autocongratulatório em divulgação científica
A atualidade de um editorial de 150 anos sobre divulgação científica
Por Peter Schulz
A divulgação científica hoje faz parte da agenda de discussões sobre ciência com uma intensidade que parece inédita no contexto de negacionismo científico e ataques à ciência que presenciamos. No entanto, divulgação científica (ou popularização da ciência ou ciência popular) tem historiografia rica. Rica, mas em crise recente com debates sobre mudanças para um paradigma em que ciência e sua divulgação/popularização não deveriam ser categorias separadas, por tão entrelaçadas, embora diferentemente em distintos lugares e tempo. Continue lendo A atualidade de um editorial de 150 anos sobre divulgação científica
Celso Amorim: ‘Antes do desastre diplomático bolsonarista, Brasil era o parceiro estratégico preferencial da China’
Por Ricardo Muniz
Celso Amorim foi ministro das Relações Exteriores (1993-1995, governo Itamar Franco, e 2003-2010, no governo Lula) e ministro da Defesa (2011-2015, governo Dilma Rousseff). Em 2009, foi apontado por David Rothkopf, comentarista da revista norte-americana Foreign Policy, como “o melhor chanceler do mundo”. Entrevista concedida por telefone em 18 de fevereiro de 2021. “O Brasil era parte ativa dos BRICS, e dos quatro parceiros originais, três são os maiores produtores de vacina anti-Covid, ou dos fármacos/insumos para a vacina. Índia, China e Rússia. Era para estarmos inundados de vacina! Então você vê o desastre que tem sido a política externa brasileira.”
Foto: Guilherme Santos Continue lendo Celso Amorim: ‘Antes do desastre diplomático bolsonarista, Brasil era o parceiro estratégico preferencial da China’
Leandro Fontana: ‘Prédios comerciais esvaziados por pandemia poderiam se tornar habitação popular’
Por Ricardo Whiteman Muniz [pintura de Cinta Vidal Agulló]
Para o arquiteto, paisagista e morador do centro de São Paulo, ao invés de uma possível cidade espraiada incentivada pelo home office, seria melhor optar por “cidades compactas” com dinâmica urbana eficiente. “Já que os polos comerciais podem ficar vazios nessa conjuntura, não seria lindo se a iniciativa público-privada requalificasse esses edifícios para habitações populares?” Continue lendo Leandro Fontana: ‘Prédios comerciais esvaziados por pandemia poderiam se tornar habitação popular’
A universidade calada
Quando uma universidade se nega a constituir, consolidar e promover sua comunicação jornalística própria, das duas uma: ou está sonegando (por preguiça?) da sociedade a riqueza de sua vida intelectual livre ou na verdade está paralisada pelo medo do “perigoso” contraditório (há na verdade uma terceira possibilidade: medíocre, já está melancolicamente morta por dentro). Continue lendo A universidade calada
Complexidade econômica, de Paulo Gala
Autor explora as descobertas do Atlas da complexidade econômica, o mais relevante banco de dados de big data em economia da atualidade. Com essa criação do físico Cesar Hidalgo e do economista Ricardo Hausmann numa parceria MIT-Harvard, a abordagem empírica veio dar uma força aos que quebram a cabeça para entender a antiquíssima questão da riqueza das nações e forneceu evidência hard science para reforçar o ponto de vista dos estruturalistas, aqueles que consideram não ser assim tão vantajoso (como dizem por aí) um país se especializar na exportação de alpiste. Continue lendo Complexidade econômica, de Paulo Gala