Por Alanis Mahara
Paulo José Hespanha Caruso, conhecido como Paulo Caruso, morreu no sábado, 4 de março, aos 73 anos, deixando uma expressiva trajetória enquanto cartunista, chargista e ilustrador.
Paulo Caruso era paulistano e formado em arquitetura pela FAU (USP). Em quase 50 anos de carreira seu olhar acompanhou a história política do Brasil. O cartunista contribuiu com os jornais Folha de S.Paulo, O Pasquim, Cartoon e Movimento. Com a instauração da AI-5, no final de 1968, voltou suas criações apenas para as ilustrações, com destaque para a tira “Pô”, publicada na Folha da Tarde.
Em 1988, suas charges ganharam espaço na revista Isto É, sob o título Avenida Brasil. Com tom satírico, foram publicadas por mais de 25 anos pela revista e acompanharam a vida política brasileira. As charges da Avenida Brasil foram amplamente reconhecidas e, posteriormente, publicadas como livros e álbuns que reúnem o trabalho de Paulo Caruso e sua trajetória como um grande cronista do cotidiano.
Seu olhar atento para o cotidiano está presente em suas obras Ecos do Ipiranga (1984), Bar Brasil (1985), As Mil e Uma Noites (1985), Desenhando Longe – a Copa de 94 (2015).
O chargista também contribuiu por 10 anos com o programa semanal Roda Viva, na TV Cultura, no qual criava caricaturas ao vivo das personalidades entrevistadas, e deixou seu legado como chargista atento à memória política brasileira.
Arte para o Roda Viva com Margareth Dalcomo, Dimas Covas e Denise Garrett. Reprodução Instagram/Paulo Caruso
Alanis Mahara cursa Artes Cênicas (Unicamp), jornalismo e é bolsista Labjor (BAS-Unicamp)