Por Leandro Siqueira
Abandonar a Terra para fazer do sideral a nova morada do humano é um tema que tem desafiado a imaginação científica há pelo menos um século. Ao longo desse período, várias motivações instigaram o humano a idealizar, projetar e programar como povoar o inóspito sideral.
Este artigo problematiza essas motivações, procurando explicitar os agenciamentos em que emergiram, e analisa como a colonização sideral pode expressar questões bem “terráqueas”.
No campo científico, a colonização do sideral emergiu na mente de visionários que idealizaram as primeiras iniciativas teóricas para tornar factíveis as chamadas “viagens interplanetárias”. No auge da chamada “era espacial”, quando as tecnociências constataram ser possível viajar até à Lua, o Estado surgiu como forte candidato para assumir o projeto de colonização de outros espaços siderais. No início do século XXI, articula-se um novo programa de colonização sideral, agora com a participação de empresas privadas que veem na colonização espacial também uma nova fronteira para negócios.
Utopias equacionáveis
Em meio à agitada Rússia da virada do século XIX para o XX, aliada à crença de que a revolução socialista poderia conduzir o país à modernidade, difundia-se a convicção de que o avanço da ciência e da tecnologia dotariam a espécie humana da imortalidade (inclusive permitindo a ressureição) e da capacidade de colonizar outros planetas e estrelas do cosmos. Essas ideias místico-científico-filosóficas, elaboradas inicialmente pelo filósofo ortodoxo Nicolai Fedorov ainda no século XIX, fomentaram a criação do movimento artístico intelectual denominado “cosmismo russo”, do qual fez parte Konstantin Tsiolkovsy, o pioneiro da cosmonáutica russa.
Tsiolkovsky entrou para a história da exploração sideral por seus estudos sobre a dinâmica de foguetes. No artigo “Exploração do espaço cósmico por meio de dispositivos de reação”, de 1903, elaborou a equação fundamental do cálculo da energia necessária para um foguete vencer a gravidade da Terra. Batizada como equação de Tsiolkovsky, esta fórmula é a base da engenharia de propulsão empregada para a construção de transportes espaciais. Ainda como contribuição válida até hoje para a engenharia de foguetes, o matemático teorizou o uso de foguete de multiestágios, além de imaginar as primeiras estações espaciais concebidas na forma de “trens espaciais”.
A busca de Tsiolkovsky por tecnologias de propulsão de foguetes não se esgotava na simples comprovação matemática do voo espacial. Seu interesse maior estava em viabilizar as chamadas “viagens interplanetárias” para que o humano pudesse colonizar o sideral.
Segundo o historiador Asif Siddiqi (2016), a colonização do cosmos proposta por Tsiolkovsky tinha como objetivo remediar problemas planetários, relacionados a ameaças geológicas e cósmicas e, sobretudo, procurava responder ao temor malthusiano do colapso dos recursos naturais advindo da superpopulação, no seu caso estrondosamente agravado pela crença na abolição da morte pela ciência.
Portanto, uma das procedências da colonização sideral está na utopia da imortalidade da espécie, que também motivou as pioneiras equações matemáticas, que décadas mais tarde viabilizariam a construção de foguetes para que funcionários dos Estados iniciassem a sua expansão rumo ao sideral.
Expansionismos estatais: nem tanto a Marte, nem tanto à Terra
A projeção para o sideral efetivou-se no enfrentamento planetário das superpotências do leste e do oeste. Durante a segunda metade do século XX, a chamada corrida espacial abriu o espaço para que a órbita da Terra e a Lua fossem visitadas por cosmonautas e astronautas. Não estava mais em jogo alcançar o cosmos para buscar a imortalidade da espécie, mas a demonstração de força e de superioridade do capitalismo e do socialismo, ambos impulsionados por Estados.
Com a caminhada lunar do astronauta Neil Armstrong em 1969, parecia óbvio que não tardaria para a colonização sideral se efetivar, sobretudo para aqueles que estavam diretamente envolvidos no programa espacial dos Estados Unidos.
A pedido do presidente Richard Nixon, a agência espacial Nasa coordenou um grupo de trabalho para sugerir os próximos passos dos estadunidenses no espaço, já que haviam vencido a “batalha final” da corrida espacial. O relatório entregue a Nixon sugeriu a imediata construção de uma grande estação espacial na órbita da Terra, novos foguetes retornáveis, uma base lunar e uma expedição a Marte até o início dos anos 1980.
Entre os apoiadores do relatório estava o engenheiro alemão radicado nos Estados Unidos Wernher von Braun. Desde que fora trazido da Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial para colaborar na construção de mísseis intercontinentais, foguetes e espaçonaves estadunidenses, von Braun tornou-se um dos grandes defensores do programa espacial tripulado (Launius e McCurdy, 2008).
O relatório da Nasa era praticamente um resumo do projeto de exploração espacial elaborado por von Braun, fortemente marcado pela participação humana e que culminava com a conquista de Marte. Desde antes do início da “era espacial”, von Braun estudava maneiras de chegar ao planeta vermelho. Ainda nos anos 1940, redigira no livro The Mars project especificações técnicas para empreender tal expedição. A exemplo das grandes navegações, o engenheiro postulou que a exploração de Marte deveria ser feita em grande escala e, para tanto, exigiria a construção de uma frota para a viagem de ida e volta que calculava durar três anos. Além do apoio de cientistas, técnicos e da indústria, a missão exigiria o apoio incondicional do Estado que, segundo von Braun, seria a única entidade capaz de promover um empreendimento deste porte (Von Braun, 1952). Como elemento integrado ao seu projeto de viagens a Marte, o engenheiro apresentou nos anos 1950 uma estação espacial na forma de um cilindro de 75 metros de diâmetro com capacidade para 80 pessoas que, ao ser colocado em rotação, produziria no interior da nave gravidade artificial (idem). A estação orbital de von Braun inspirou o cineasta Stanley Kubrick, que a reproduziu no filme 2001, uma odisseia no espaço.
Quase no final de sua vida, em 1976, von Braun (1976) afirmou em um discurso no Instituto Espacial Nacional dos EUA que via no espaço “novos começos”, “novos lugares para viver” e “uma chance de organizar uma nova sociedade interplanetária”.
Nos Estados Unidos, ainda sob o impacto da conquista da Lua, dois físicos tornaram-se célebres por defenderem a colonização sideral: Gerard O’Neill e Carl Sagan. O’Neill era físico da Universidade de Princeton e acreditava que os humanos poderiam viver de forma permanente no espaço em colônias orbitais. No artigo “The colonization of space”, publicado em 1974 na revista Physics Today, propôs a construção de gigantescas estações em forma de cilindros de 300 metros de diâmetro e 1.500 metros de comprimento, para uma população de 10 mil pessoas. As colônias idealizadas pelo físico, que quando ampliadas poderiam abrigar até um milhão de pessoas, disporiam de gravidade artificial e de ambientes com ar, água e vegetação, reconstituindo assim as paisagens da Terra.
Construir colônias desse porte, segundo O’Neill, exigiria a constituição de um “complexo industrial espacial” que se estenderia da Terra à Lua, integrando zonas de extração de recursos naturais da Lua e de asteroides, bem como indústrias.
Com suas colônias, O’Neill pretendia erigir uma civilização espacial que não mais seria dependente da Terra, porém a reconstruiria mediante a criação de sistemas ecológicos fechados, nos quais haveria completa reutilização de água, ar e dejetos, inclusive com a integração de outros viventes aos ambientes espaciais.
A produção de ambientes aptos para a vida humana também foi trabalhada pelo famoso astrofísico estadunidense Carl Sagan ainda nos anos 1960. Mas Sagan não se limitou a estações orbitais, seu projeto era mais audacioso: estudou como “terraformar” outros planetas, ou seja, utilizar megaoperações de engenharia planetária para transformar outros planetas do sistema solar em “Terras”.
Primeiro estudou como modificar Vênus, depois considerou Marte mais apropriado. Em uma série de artigos publicados em 1973, o astrofísico defendeu modificar o clima do planeta vermelho: aumentar a pressão atmosférica da superfície marciana para ampliar a proteção contra radiações e, ao mesmo tempo, induzir a criação de um efeito estufa que levaria à elevação das temperaturas e ao degelo da água existente em suas calotas polares. Uma vez obtidas essas condições, Sagan imaginou a introdução de espécies de bactérias terrestres na superfície marciana para produzir oxigênio e tornar o ambiente minimamente apropriado para humanos.
A distensão da Guerra Fria, que implicou em cortes nos orçamentos dos programas espaciais, arrefeceu a “euforia” de povoamento do sideral. No lugar de ir a Marte, Nixon antecipou o fim do programa Apollo, e decidiu construir ônibus espaciais, além de uma pequena estação espacial. Na União Soviética, após o fracasso dos voos tripulados à Lua, o programa espacial focou em estações espaciais durante os anos 1970 e 1980. O know-how acumulado foi decisivo para a posterior Estação Espacial Internacional (EEI), construída pelo consórcio internacional que reuniu os “ex-inimigos” Estados Unidos e Rússia, depois do fim da URSS.
Nem tanto a Marte, mas próximo da Terra, como efeito do brainstorming para a colonização sideral desencadeado anos 1960 e 1970, a baixa órbita permanece ocupada por humanos desde o ano 2000, quando a EEI passou a ser habitada e a cooperação internacional dos Estados sobrepôs-se à corrida espacial. Por que os Estados não colonizaram Marte? Talvez porque o vácuo seja um limite não só para a vida, mas também para a potência dos Estados.
Negócios do próximo destino
No início do século XXI, os Estados buscam parcerias entre si ou com a iniciativa privada para viajar além da Terra. Nesse novo possível arranjo público-privado, o sonho da colonização sideral reemerge, só que agora travestido na modulação empresa, que deve elaborar programas, buscar financiamentos, ser eficiente e gerar dividendos.
Os projetos de ir a Marte ou de retornar à Lua nunca foram totalmente abandonados nos Estados Unidos. Desde o governo George Bush, eles são reeditados e adiados. O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endossou, em março de 2017, a proposta da Nasa de enviar astronautas a Marte até 2030, pelo menos para contornar o planeta e retornar (Cofield, 2017).
Ocorre que a administração Trump aproveita-se dos passos dados pelo seu antecessor, Barak Obama, que, meses antes de deixar a Casa Branca, já havia anunciado Marte como próxima parada. Segundo a proposta esboçada pela Nasa no informe “Journey to Mars: pioneering next steps in space exploration”, de 2015, são previstos voos preparatórios ao redor da Lua até 2020, antes de finalmente serem realizadas missões a Marte em 2030.
Para o estágio final desse programa, anunciou-se a criação de habitats na superfície marciana, onde humanos poderiam permanecer períodos para pesquisar, mediante a utilização de recursos naturais do próprio planeta. Como afirma o documento: “As futuras missões de Marte representarão um esforço colaborativo entre a Nasa e seus parceiros – uma conquista global que marca uma transição na expansão da humanidade à medida que vamos a Marte não apenas para visitar, mas para ficar” (Nasa, 2015).
Em sua atualização de março de 2017, o programa da Nasa para conquistar Marte trouxe uma novidade: a construção de uma estação espacial na órbita da Lua, batizada de Deep Space Gateway, a servir de porto para a nave interplanetária Deep Space Transport, que conduzirá a tripulação para o planeta vermelho. Recentemente, a Rússia confirmou sua participação na construção da estação espacial lunar, que também poderá apoiar a exploração da Lua, outro destino que tem despertado o interesse de Estados e empresas (Weitering, 2017).
Atualmente, o entusiasmo com a colonização sideral não anima apenas Estados. Associações como a Mars One e novatas empresas do setor espacial também anunciam iniciativas de colonizar Marte, antes mesmo de qualquer Estado.
A Mars One, organização não-governamental criada em 2001 pelo engenheiro holandês Bas Lansdorp, pretende embarcar em 2026 o primeiro grupo de pessoas em viagens apenas de ida, para estabelecer o inaugural assentamento humano em Marte. Pelo seu cronograma, a partir de 2020 sairão da Terra voos não tripulados com materiais e mantimentos. O processo de seleção dos pioneiros siderais começou em 2013. Mais de 200 mil pessoas de todos os continentes se inscreveram. Lansdorp estima que o projeto exigirá 6 bilhões de dólares que poderiam ser financiados com a realização de um reality show que exibirá o cotidiano da expedição (Mars One, s/d).
A principal empresa prestadora de serviços de transporte espacial para a Nasa, a Space X, tem ocupado os holofotes quando o assunto é colonização de Marte. No encontro anual do Congresso Astronáutico Internacional de 2016, seu fundador, o bilionário Elon Musk, fez a primeira divulgação do programa da empresa para o estabelecimento de colônias. Previa que concluído o sistema de lançamento e transporte interplanetário em 2018, já seriam enviadas a Marte cargas com equipamentos e suprimentos. A partir de 2024, teriam início as missões tripuladas, com até 100 pessoas. Após mais de 10 mil voos ao longo de no mínimo 40 anos, Musk acredita que seria possível estabelecer uma “civilização autossustentável” na superfície marciana (Musk, 2016). Naquela oportunidade, também declarou estar aberto a parcerias público-privadas e inciativas de crowdfunding para financiar o projeto, mas independente disso tocaria o projeto com fundos próprios, sem especificar quais.
No encontro astronáutico deste ano, Musk (2017 replica Omega) atualizou seu projeto inicial apresentando um novo foguete e nave interestelar, chamado BFR (de Big, F…, Rocket, sendo que “F” fica a cargo da imaginação do leitor). Apesar do novo protótipo ser um pouco menor do que o anterior, ele será multifuncional. Além de viagens a Marte, também fará voos para a Lua e transportará pessoa de Londres a Hong Kong em 34 minutos. Para essa nova concepção de viagens, estão programados o envio em 2022 de dois BFR com cargas e quatro foguetes para 2024, sendo duas das naves com tripulação. A Space X estima que as viagens da Terra a Marte durariam de 6 a 9 meses. Quanto aos custos, o projeto exigiria 10 bilhões de dólares, a serem custeados pela própria empresa, que redirecionará os financiamentos que já dispõe para o desenvolvimento de seus foguetes.
Quanto à colonização, no site da empresa há incríveis slides exibindo a construção da futura base humana em Marte. No início, apenas um BFR e depois a proliferação do assentamento marciano. A sequência de imagens remete aos jogos eletrônicos de construção de cidades como o “SimCity”, que se popularizaram na virada do século.
Qual a probabilidade dos projetos da SpaceX se concretizarem? A dúvida fica no ar, pois o cronograma é bem apertado e, além disso, a empresa não tem sido muito pontual na entrega de seus projetos. O foguete Falcon Heavy, que deveria levar cargas a Marte no próximo ano, já deveria estar em fase de testes (veja ao final deste artigo a última atualização do programa da SpaceX). A empresa nunca mais se pronunciou sobre a viagem em torno da Lua vendida para dois “turistas espaciais” programada para ser realizada até o final de 2018. Pouco tem sido falado sobre a cápsula Red Dragon desenvolvida com financiamento da Nasa para transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional e agendada para testes no começo de 2018.
O que vai e o que fica?
Não mais impulsionada pela utopia da imortalidade ou pela exibição de supremacia estatal, a colonização sideral funda-se hoje sobre possibilidades de negócios que poderia gerar. Todos os novos projetos que ligam a Terra a Marte, passando pela Lua, mais do que o povoamento humano, programam a expansão do capitalismo para o sideral. O acontecimento sideral trouxe consigo a possibilidade de o humano habitar outros lugares, povoar novos planetas, abrindo-o para um dos mais radicais exercícios de lançar-se ao novo. Enquanto incomensurável instante de liberdade, este momento não pode ser desperdiçado e, para tanto, torna-se urgente distinguir o que embarca para fora e o que se deixa.
Experimentar o sideral, logo de início, convida a nos desvencilhar do próprio modelo de colonização que conhecemos, aquele que explorou de forma depredatória os recursos planetários e subjugou povos aos interesses de poucos Estados. Fujamos das catástrofes antropogênicas, das razões de Estado ou das atualizações de negócios da china que “autorizam” a colonização. Que além da criação de novas tecnologias, também haja espaço para inventar novos modos de povoar.
Leandro Siqueira é doutor em ciências sociais pela PUC-SP. É pesquisador no Núcleo de Sociabilidade Libertária (Nu-sol) da PUC-SP. compulsione@gmail.com
PS: Atualização do programa de colonização sideral
Entre o fechamento deste artigo e sua publicação, Elon Musk anunciou via Twitter, no último dia 1 de dezembro, que a Space X adiou para janeiro de 2018 o teste do foguete Falcon Heavy, que terá como destino a órbita de Marte. Será um duplo lançamento: espacial e comercial. O foguete transportará um automóvel elétrico Roadster, fabricado pela Tesla, outra companhia de Musk. A ideia é que o carro fique na órbita de Marte, onde poderá permanecer preservado por até 1 bilhão de anos, segundo estimativas do dono das empresas. Entre o que vai e fica, parece que os carros irão antes de qualquer vivente.
Referências
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