Arquivo da tag: jornalismo

Apontamentos sobre jornalismo científico em tempos de twitter (ou de seus substitutos escatológicos)

Por Peter Schulz

Em tempos de “comunicação estratégica”, “comunicação como vantagem competitiva” e “impacto [da ciência] nas redes”, faz-se necessário voltar a um papel fundamental na boa comunicação e jornalismo científicos, o da boa e velha fonte. Fonte é, no caso, o pesquisador ou cientista, ou especialista, sobre o assunto colocado em pauta pelo jornalista. Um bom jornalista precisa buscar várias fontes. Caso contrário, a informação passada é, no mínimo, capenga, pode levar à desinformação e, tão ruim quanto, não desperta novas perguntas ao leitor atento. Continue lendo Apontamentos sobre jornalismo científico em tempos de twitter (ou de seus substitutos escatológicos)

José Arbex Jr.: ‘Se não entendermos a importância da guerra pelas redes sociais, estamos ferrados’

Por Ricardo Whiteman Muniz

Para jornalista, grande imprensa contribui há pelo menos uma década para consolidação da ameaça fascista à democracia e “bolsonarismo” em si não existe, sendo expressão circunstancial de um Brasil arcaico, machista e identificado com o legado do escravismo. Continue lendo José Arbex Jr.: ‘Se não entendermos a importância da guerra pelas redes sociais, estamos ferrados’

A face de Ricardo Salles na home do UOL e a extensão do cinismo jornalístico

Por Alceu Castilho

É preciso sempre recordar a frase do Godard sobre imprensa televisiva: “Cinco minutos para Hitler, cinco minutos para os judeus”. Quando é pior que isso: são 30 minutos para Hitler, 30 minutos para Bolsonaro, 30 minutos para Salles, 30 minutos para todo o resto do planeta — e os excluídos só aparecerão embalados em formatos que não ameacem as estruturas. Continue lendo A face de Ricardo Salles na home do UOL e a extensão do cinismo jornalístico

Confio, logo compartilho

Por Alexandre Brasil Fonseca

Na relação entre fornecedor e consumidor, em muitas vezes o consumidor é intencionalmente desinformado. É inerente a essa relação uma situação de vulnerabilidade, e daí que se tem a necessidade de uma “defesa do consumidor”, já que este é o elo mais fraco por, exatamente, não ter acesso a todas as informações dos produtos, seja por ser informado parcialmente ou erroneamente. O relatório Caminhos da Desinformação reúne reflexões de pesquisa quantitativa que foi realizada no contexto desse primeiro esforço que tivemos em pensar a desinformação no Brasil a partir de um recorte religioso. A escolha pelo tema da religião teve relação com dois fatores. Primeiro a indicação de reportagens de que sites e influencers religiosos seriam destacados disseminadores de fake news. Um outro elemento que nos fez considerar esse segmento foi a compreensão de que um dos elementos mais importantes para a disseminação da desinformação é a sua circulação a partir de grupos orgânicos, fundamentados em relações pessoais e de confiança. Entre esses grupos destacam-se grupos ligados a comunidades religiosas e de fé. Continue lendo Confio, logo compartilho

De pandemia, quarentena, virtualização e home office

Por Roger Modkovski

Em meio às incertezas da quarentena do coronavírus, lembrei de um episódio de meados da década de 1990.

Plantonista da madrugada da Folha de S.Paulo, o jovem jornalista aqui chegou para trabalhar numa noite qualquer e foi recebido pela chefe com uma nova incumbência:

– A partir de agora, vocês serão responsáveis por atualizar a homepage do portal durante a noite. Alguma dúvida?

– Duas. Primeiro, o que é homepage? Segundo, o que é portal? Continue lendo De pandemia, quarentena, virtualização e home office

Dos primeiros cientistas exploradores aos jornais atuais: como nascem os infográficos?

Por Paula Gomes

Recurso que alia a linguagem verbal e visual para transmissão de informações, o infográfico começou a se popularizar no jornalismo norte-americano na década de 1980. No entanto, sua utilização para a comunicação científica é bem mais antiga. Continue lendo Dos primeiros cientistas exploradores aos jornais atuais: como nascem os infográficos?

Dar voz à mentira não é imparcialidade, é irresponsabilidade

Por Herton Escobar

O trabalho do jornalista não pode se resumir ao de um mero interlocutor acéfalo; um reprodutor de declarações que simplesmente ouve o que cada lado tem a dizer para depois escrever: Fulano disse isso, Sicrano disse aquilo, sem qualquer tipo de triagem ou checagem da veracidade — ou, pelo menos, da plausibilidade — daquilo que está sendo dito. Para isso já existe a internet e o WhatsApp. Continue lendo Dar voz à mentira não é imparcialidade, é irresponsabilidade