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Cândido Ferreira: um exercício de cidadania

O Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, localizado na cidade de Campinas (SP) e reconhecido pela Organização Mundial da Saúde desde 1993 como modelo de tratamento no Brasil, é um dos atuais exemplos do processo de abertura manicomial e apresenta-nos uma belíssima forma de aprender, cultivar e exercitar a cidadania. Hospital-dia, Núcleo de Oficinas e Trabalho e Unidades de Recuperação de Moradores são os nomes de alguns projetos desenvolvidos no Cândido Ferreira buscando novos modos de tratamento dos doentes mentais. Estes projetos procuram reintegrar os pacientes à sociedade e abandonam as antigas terapias baseadas no eletrochoque e no confinamento.

Mas nem sempre foi assim. Quando de sua fundação, em 1924, até meados dos anos 80, o Cândido Ferreira seguiu os modelos tradicionais de tratamento psiquiátrico. A partir da mobilização iniciada por Dona Sylvia Ferreira de Barros (filha do Dr. Cândido Ferreira), foi fundado , em Souzas (distrito de Campinas-SP), como Hospício de Dementes de Campinas, o primeiro hospital psiquiátrico da cidade e o primeiro filantrópico do Estado em psiquiatria. Até então, os loucos da região, eram trancafiados no porão da cadeia pública, juntamente com os pobres, como forma de afastá-los do convívio social. Apesar da nobre iniciativa de Dona Sylvia, apoiada por jornalistas como Leopoldo Amaral e José Villagelin Júnior do Estado de S. Paulo, o Cândido Ferreira não fugia à lógica da maioria dos hospitais psiquiátricos.

(Veja os depoimentos em vídeo de Ernesto Ligieri, enfermeiro do Cândido Ferreira desde 1958 e de Ângelo, farmacêutico da instituição desde 1980).

Como afirma o Superintendente do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, Willians Valentini Jr., a psiquiatria brasileira seguia a tendência mundial da área importando as formas de tratamento brutais que eram praticadas. Franco da Rocha - exemplifica Willians - importou não só o Juqueri, uma cópia de Salpêtrière na França, como também trouxe a psicanálise para o Brasil.

O assessor de imprensa do Cândido Ferreira, Régis Moreira, comenta que durante muito tempo os doentes mentais foram tratados com eletrochoques e celas fortes além dos maus tratos e privações com os quais conviviam.

Apenas na década de 80, mais uma vez acompanhando uma tendência, é que as formas de tratamento vigentes entram em crise e o espaço manicomial começa a ser repensado. A partir de então começa-se um trabalho para humanizar a assistência e melhorar as condições físicas do local.

Com isso, implantam-se novos modelos de tratamento...

 




 



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Atualizado em 12/04/00

 

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