Trabalho virtual?

Por Ricardo Antunes

Não há celulares, computadores, satélites, algoritmos, big data, internet das coisas, Indústria 4.0, 5G, ou seja, nada do chamado mundo virtual e digital que não dependa do labor que começa nos subterrâneos. Se o trabalho virtual não cessa de se expandir, é bom não esquecer que nenhum smartphone ou tablet pode sequer existir sem a interação com as atividades humanas, inclusive aquela que nos remete às cavernas: a extração mineral. Sem a produção de energia, cabos, computadores, celulares e tantos outros produtos materiais; sem o lançamento de satélites; sem a construção de edifícios onde tudo isso é produzido e vendido, sem a produção e a condução de veículos que viabilizem sua distribuição, a internet não poderia sequer existir. Nas plataformas digitais, os algoritmos, concebidos pelas corporações globais para controlar tempos, ritmos e movimentos de todas as atividades laborativas, foram o ingrediente que faltava para, sob uma falsa aparência de autonomia, impulsionar, comandar e induzir modalidades intensas de extração do sobretrabalho, nas quais as jornadas de 14 (ou mais) horas de trabalho estão longe de ser a exceção. Continue lendo Trabalho virtual?

Sobre anjos e fugitivos

Por Peter Schulz

Na virtualização total criada por Adolfo Bioy Casares em 1940 no romance A invenção de Morel, um fugitivo, injustiçado, que precisa esconder-se de todo o mundo, refugia-se em uma ilha, onde a invenção que dá nome à obra cria ali um mundo com personagens virtuais. A profusão de seminários e encontros virtuais, às vezes quase simultâneos,  aos quais podemos comparecer, faz lembrar o anjo Damiel no filme As asas do desejo: observador presente a tudo, não pode interagir fisicamente com os humanos e para isso escolhe deixar de ser anjo. Continue lendo Sobre anjos e fugitivos

De pandemia, quarentena, virtualização e home office

Por Roger Modkovski

Em meio às incertezas da quarentena do coronavírus, lembrei de um episódio de meados da década de 1990.

Plantonista da madrugada da Folha de S.Paulo, o jovem jornalista aqui chegou para trabalhar numa noite qualquer e foi recebido pela chefe com uma nova incumbência:

– A partir de agora, vocês serão responsáveis por atualizar a homepage do portal durante a noite. Alguma dúvida?

– Duas. Primeiro, o que é homepage? Segundo, o que é portal? Continue lendo De pandemia, quarentena, virtualização e home office

No ciberespaço, todos são imortais: por que celebridades estão criando clones virtuais?

Por Lidia Zuin

Com cada vez mais nossa individualidade e existência resumidas às imagens virtuais, diferentes projetos almejam o ‘upload’ da mente e a imortalidade através de avatares. Continue lendo No ciberespaço, todos são imortais: por que celebridades estão criando clones virtuais?

Flávia Linhalis: O isolamento social mostrou a urgência em incorporar tecnologias ao ensino

Por Bianca Bosso Continue lendo Flávia Linhalis: O isolamento social mostrou a urgência em incorporar tecnologias ao ensino

Tel Amiel: ‘Percebemos o quanto estamos despreparados para EaD’

Por Bianca Bosso

Tel Amiel é professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e coordena a Cátedra Unesco de ensino a distância da universidade. Ele realiza pesquisas relacionadas ao ensino público e formação docente, educação aberta, tecnologia educacional e melhoria escolar. Com base em sua experiência e pesquisas na área, forneceu apontamentos sobre a virtualização da educação em um cenário pré e pós-pandemia. Continue lendo Tel Amiel: ‘Percebemos o quanto estamos despreparados para EaD’

A virtualização das academias: como o exercício físico a distância ganha adeptos

Por Daniel Pompeu e Samuel Ribeiro dos Santos Neto

Especialistas diferenciam modalidades e discutem o futuro das tecnologias na educação física Continue lendo A virtualização das academias: como o exercício físico a distância ganha adeptos

Os engenheiros do caos

Por Cristiane Kämpf

Os engenheiros do caos: como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições, livro de Giuliano da Empoli, é alarmante, essencial e de leitura rápida. Porém, traz referências que podem render muitas horas de pesquisa sobre o uso político das redes sociais e sua relação com a nova onda nacionalista e o enfraquecimento da democracia representativa ao redor do mundo. Esta resenha tem o simples objetivo de despertar a curiosidade e incentivar possíveis leitores do trabalho. Para uma análise essencial a partir da ciência política fica a sugestão do texto “A engenharia do caos – é essa a nova política?”, de Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes, professor da Unicamp, falecido em 2019. Continue lendo Os engenheiros do caos

_revista de jornalismo científico do Labjor